27 novembro 2009

Pedro Lourtie revela-se cedo demais...


Esta matéria dará
para umas quantas daquelas respostas
que são as desgraças das perguntas
ao longo desta sexta-feira


Segundo o que foi narrado, Pedro Lourtie pensou em voz alta no CCB que "já há um eixo Lisboa-Madrid", que "há muito que Portugal e Espanha se habituaram a trabalhar em conjunto na Europa", e mais, “que os interesses comuns são tratados na UE por Portugal e Espanha juntos”...

E como se não bastassem tais advertências, Pedro Lourtie alertou-nos felizmente para alguma coisa de que ninguém estava a dar conta, pois "há uma cimeira anual Portugal-Espanha, para preparar as posições levadas a Bruxelas pelos dois países, que não é deliberativa; é operacional", e que "estas reuniões são como os conselhos de ministros conjuntos da França e da Alemanha - nunca lhes chamaríamos assim, mas de facto é isso que são"...

É claro que, ouvindo esses primores e pérolas, o secretário de estado espanhol para os Assuntos Europeus, Diego López Garrido, pensando que isto aqui é tudo cardeal D. Henrique sem filhos ou D. Sebastião sem ninguém que lhe tivesse dado um tabefe antes do disparate, haveria de fazer render a lógica maior de Pedro Lourtie. E construiu, então, uma falácia mais rapidamente que o TGV de Vigo: dando como premissa maior "A relação estratégica não é só maneira de falar, é uma realidade", saltou por cima da premissa menor (Lourtie encarregou-se disso), e chegou logo à magnífica conclusão: "A relação entre Portugal e Espanha devia ser estabelecida juridicamente." Assim, sem mais, sem ao menos um referendozito nesta Alsácia...

Dá para o dia.

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