- Grandes revelações vêm no Expresso, pois sabe-se agora, a avaliar pelo título, que "Espanha quer 'assento ibério' na UE". Antes da prosa de Luísa Meirelles, ainda se pensava ter havida gralha - que em vez de assento devria ter saído acento. Mas não, é mesmo assento., pois continuando se lê que "A ideia de Espanha de concertar com Portugal posições únicas em Bruxelas não agrada a Lisboa". É a primeira grande revelação. Nunca as Necessidades (ministro e secretários de estado) tinham proclamado ao povo que alguma coisa de Espanha não agrada. É claro que, antes disto, e naquela atabalhoada resposta ibérica de Luís Amado à péssima, compungente, desafortunada, desditosa, infausta, azarada, prejudicial, funesta, mal-aventurada, mísera, inditosa, desastrada, malsorteada e mofina consideração de Manuela Ferreira Leite sobre a relação com Espanha por causa de ferrovias (esgotámos os sinónimos para que o círculo de Amado não pense que há em Notas Verbais dedo da oposição, Deus nos livre disso e livre as Notas de serem porta-voz!), pois antes desta grande revelação, haveria que julgar que a diplomacia portuguesa era como que uma espécie de Rocinante seguidor de Alonso Quijano. Nada disso! A ideia de Espanha, afinal, não agrada a Lisboa. E não é que depois daquela de Amada a sugerir que Ibéria-sim, vem agora a revelação de que Ibéria-não ou, pelas palavras atribuídas a Pedro Lourtie, supõe-se que ditas ao Expresso, “a Ibéria é uma questão que não se coloca, mas sim a melhor defesa possível no seio da União dos interesses dos dois países, Portugal na caso”? Ora bem, argumenta Pedro Lourtie, segundo o Expresso sem aspas, que outros países fazem o mesmo e que o facto de Portugal e Espanha se coordenarem não implica sequer que estejam necessariamente de acordo, e ponto final também sem aspas. Ou seja, coordenam-se inclusivamente no que cada um discorda do outro… o que vai dar ao mesmo cavalo, o tal Rocinante. Mas, enfim, sempre é uma grande revelação. Oh Luísa Meirelles! Tanto trabalho para o romance de cavalaria ficar na mesma!
Diplomacia portuguesa. Questões da política externa. Razões de estado. Motivos de relações internacionais.
29 novembro 2009
REGISTO Ò As grandes revelações
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