Óbvio, óbvio. Catherine Ashton parece aquele professor que ensina tabuada a universitários do último ano de Bolonha. Na apresentação do BI do Serviço de Acção Externa, e que era imperdível momento para algum golpe de asa, Catherine Ashton não foi além do discurso de funcionária zelosa.
Que o serviço permitirá que a UE exerça o seu "papel no mundo" e agir "mais além que a diplomacia tradicional"… Pois com certeza, sem serviço poder-se-ia dizer o mesmo.
Que, quanto ao controlo da política de desenvolvimento, a alta representante enfim fica satisfeita com a "supervisão estratégica” e a “cooperação” ora com o comissário para o Desenvolvimento, ora com o comissário do Alargamento… E diz isso como se não fossem sobejamente conhecidos os vícios da eurocracia.
Que a sua meta é agora ter o serviço a funcionar "o mais cedo possível" no interesse de todos… Grande descoberta.
Catherine Ashton não fez passar nenhuma ideia. Ou porque não pode, ou porque não é capaz, muito embora a Europa apenas tenha êxito se for reconduzida à sua vocação mítica que é precisamente a de passar ideias. Estamos mal servidos e, custe muito a Amado, as expetativas não são grandes – aquilo vai ser uma nova Casa d’Áustria reeditada com as devidas proporções e para os devidos efeitos. Aí vem uma Haus von Habsburg com sete mil nobres funcionários a que se juntam os das 137 delegações da UE em todo o mundo, não havendo meio de se saber o que se reserva a Portugal nessa consanguinidade. Grandes expetativas, portanto.
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