09 abril 2010

Com campainhas de mandarim, não vamos lá

Nenhum português, mesmo de Valença, se oporá ao que o ministro Luís Amado afirmou em Pequim, quanto a uma "maior valorização" das relações com a China e que "tem de haver mais investimento estratégico do estado e da administração pública, em estreito relacionamento com as empresas, para que as excelentes relações que temos no plano político criem condições para desenvolver outros interesses"...

É claro que isso não é novidade na cronologia artística dos titulares do MNE - ouvimos isso há anos e anos, desde Macau até ao encerramento do consulado em Hong Kong e abertura daquela lança na Ásia que tem sido, como se sabe, o consulado em Xangai.

Mas, para já, pela forma como o Palácio das Necessidades resolve a presença portuguesa efectiva na China (diplomática e consular), é caso para dizer que, em casa de ferreiro, espeto de pau. Se Luís Amado está assim tão convicto da premente valorização das relações de Portugal com a China, o ministério já devia ter dado mais passos e sobretudo passos diferentes.

Com a China, aquela do mandarim do Eça, mesmo que se envie para lá uma campainha com controlo remoto, não resolve. Pelo contrário, faz recuar.

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