O MNE andará a comprar palha de aço?

Faz lembrar aquela do governador civil de antes de 74 que, como se tratava de palha, requisitou os quilos de palha-de-aço ao ministério da Agricultura... E como a folha oficial por definição não tem pudor, lá consta a requisição no Diário do Governo de então. Pois há dias, coisa idêntica no modernaço Diário da República.

Diretamente do Ministério dos Negócios Estrangeiros, aí temos um “procedimento concursal” para um posto de trabalho na Direção de Serviços de Administração Patrimonial do Departamento Geral de Administração. E para quê? Para a “elaboração de pareceres e projetos com diversos graus de complexidade e execução e outras atividades de apoio geral ou especializado” designadamente relacionadas com a função compras, atuação como suporte de primeira linha dentro do Ministério relativamente a acordos quadro ou outros contratos públicos, constituição de um sistema de informação de compras ao nível do MNE, criação de um sistema de indicadores que permita a monitorização da função compras, análise periódica das poupanças efetivas, garantir a gestão administrativa e material dos stocks, bem como a auditabilidade dos mesmos, colaborar na preparação de planos anuais e plurianuais no que respeita à função compras, e ainda promover as respostas aos relatórios exigidos temporalmente, tanto do MNE como os solicitados por entidades externas...

Naturalmente que o local de trabalho será o Ministério dos Negócios Estrangeiros, sito
no Largo do Rilvas, mas, e aqui está o busílis, os requisitos específicos quanto a habilitações académicas, como consta no aviso, são a Licenciatura em Engenharia, preferencialmente em Engenharia Agrícola...

Um engenheiro agrícola no MNE como condição para o desempenho daquelas funções? Será que as Necessidades estão a comprar palha de aço? O que é que a diplomacia portuguesa andará a gastar para precisar de um engenheiro agrícola para comprar o que consome?