21 setembro 2010

Amado, não se faz (+ acrescento)

    Vêm agora dizer que, afinal, a retirada tinha sido combinada em Abril entre Amado e Carrilho. Então porque é que não se disse isso? Gere-se isso como se gere um segredo no quintal?
O governo ou o MNE que é o que conta nisso, tem toda a legitimidade para substituir representantes em organizações internacionais sem que tenha que dar cavaco a Belém, para nomear quem entenda (reformados da política, figuras incómodas, gente que precisa de sinecura, de resguardo ou de resguardo por exceção, etc...), fazer isso é coisa da sua competência, quer se trate de um diplomata, de um civil, de um militar ou de um padre. Apenas os embaixadores colocados na missões bilaterais são nomeados pelo presidente da República sob proposta o governo. Todo MNE de alto a baixo sabe perfeitamente que os representantes na UNESCO, por exemplo, se vão é porque ao governo interessa, se continuam é porque continuam a interessar, mas se são retirados é porque o governo, melhor, o MNE quer, seja com pretexto razoável ou invocável (rotação, por exemplo) ou não.

Amado podia afastar Carrilho, mas como o fez, não devia. Pois como é possível aceitar que um representante fique a saber que deixa de representar, pela agência Lusa?

Amado fica com esta nódoa ao peito. Não é nódoa no casaco escuro, mas nódoa na parte sempre visível da camisa, o que é bem pior.

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