Diplomacia portuguesa. Questões da política externa. Razões de estado. Motivos de relações internacionais.
13 setembro 2010
Sacrifício de agenda
O ministro Luís Amado recebe, nesta terça e quarta (14 e 15), partidos e parceiros sociais, segundo a nota das Necessidades “com vista à preparação do próximo Conselho Europeu” que é a 16, quinta. Naturalmente que está tudo preparado e sendo esse um conselho extraordinário dedicado à questão do papel global da União Europeia no mundo e das suas relações com os parceiros estratégicos, não é na véspera que a UGT adiantará grande coisa “com vista à preparação”, muito menos a CGTP tal como a CCP, CIP,CAP e CTP recebidos de uma assentada. É um ritual do qual nada há a esperar a não ser a reafirmação de bordões, refrães e outras citações. O mesmo se diga sobre o encontro com os partidos. Não é na antevéspera que o PS evitará o Yes acrítico, que o PSD e o CDS deixará de repetir o Yes acrílico e que BE e PCP não repetirão o No acrídio, exatamente, relativo ao gafanhoto. Outro pró-forma e que se cumpre de parte a parte como santo sacrifício de agenda. Uns têm que ser ouvidos por quem tem que escutar para se não dizer que o procedimento não foi cumprido. Nada mais ou pouco mais. No entanto o assunto é importante, até porque Herman Van Rompuy que escassos cidadãos europeus saberão quem é e o que desempenha, vai apresentar aos líderes dos 27 estados as conclusões do grupo de trabalho sobre a governabilidade económica e os mesmo líderes vão discutir o dossier da regulação financeira que é um bico de obra, a preparação da próxima cimeira G20 em Seul, a preparação da conferência das partes de Cancun (COP 16) sobre alterações climáticas e a preparação da cimeira UE/USA a 20 de novembro. Nestas circunstâncias, Portugal não pode deixar de pensar o que pensado está mesmo que julgue estar a pensar “com vista à preparação do próximo Conselho Europeu”.
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