26 janeiro 2011

Pinto de Albuquerque. A carta anónima

Naturalmente que a carta anónima enviada para Estrasburgo não prejudicou a eleição de Pinto de Albuquerque para um dos 47 juízes do Tribunal dos Direitos do Homem, mas borrou desnecessariamente. Borrou quem a mandou e, por quem a leu, acabou por borrar a quem se referia mas sem eficácia porque não há tribunal sem mata-borrão. Pinto de Albuquerque tem um nutrido curriculum , e mesmo a distração - distração que fosse - era desnecessária. Mas pequena coisa, pequenissima coisa. E quem mandou a carta, que não foi de certeza o Ti Cuco daquela aldeia de três casas com teto de colmo a 10 quilómetros do Sabugal, borrão é. Se há alguma coisa a dizer, diz-se em tempo e não como ato de exceção sediciosa por ressaibo. Fica mal a um colarinho engomado do género dos que têm livre trânsito nos palacetes residenciais de Sintra, fazer isso assim e num anonimato que mais não é que farinheira podre em cozido à portuguesa. Na verdade, se não estivesse em causa um ordenadão de 14 mil euros mensais fora o resto, o Ti Cuco não escreveria a carta. E só por isso, é feio.

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