19 janeiro 2011

Vaticano. È Alô, Frei Bermudas! Também Tunes?

Vaticano. È
- Alô, Frei Bermudas! Há muito tempo que não nos diz nada! Novidades?
- Por aqui as novidades são, como sabe, as que Deus permite. Infelizmente não tenho novidades para dar mas apenas uma pergunta a fazer, uma pequena pergunta.
- Se faz favor, Frei Bermudas.
- Obrigado. Mas não queria nada por telefone. Vou enviar um e-mail e em latim que fará o favor de mandar traduzir.
- Em latim?
- Sim, latim. Nada em português para não despertar atenções, é uma língua dos diabos aqui muito bem percebida e então desde Bento XVI! O latim aqui ninguém percebe e receio escutas.
- Escutas de e-mails? Mas isso não é só em Portugal?
- Aqui também. Reserva um minuto para o e-mail?
- Com certeza.
- Fico depois a aguaardar a sua resposta que para mim é urgente.
- Fique certo disso.

E-mail macarrónico recebido:

Cum medio December me quaerere in dies aliquot diebus aliquoties - quod tibi legatum? Mirum instantia conatus sum, ad cognoscendum de causis. Loquendo here expertus duos cardinales papae machine intellexit it firma Vatican ratio cum legatus non Lusitani capitis ubi credidit quod futurum singulari in propriis patria. Miror igitur si legatus. Inter praecipuas profuerat usque infidelitatem computetur probationem momentum absentem vel coram legatis erat Lusitani patet per ea quae in Tunes ipse narrabat mihi Ben Ali antea Praesidem ambiguus an non deesse aut patriam donec missus repraesentativum quod non Lusitani. Eminentissimi dictum mihi est timor tumultu Quomodo autem potest perrepat heck ubi minime credas facere potest, non ita recordatur oddities quia praesentiam Lusitani sedes legatus, iam bonum videtur signum divini et absentia periculum admonitio diaboli. Quod vos can vel ingenuitas mea ridebunt quaeritur autem simplex est quia iustificeris?

Traduzindo:

Desde meados de dezembro que me perguntam todos os dias e por em certos dias várias vezes – “O seu embaixador está?” Estranhando essa insistência, tentei apurar os motivos. Falando ontem com dois cardeais experientes na máquina pontifícia percebi que corre no Vaticano a ideia firme de quando um embaixador português não está numa capital onde esteja acreditado, algo de anormal estará para acontecer no respetivo país. E daí que me perguntem amiúde se o embaixador está. Um dos cardeais até me beneficiou com calculada inconfidência que a prova do significado da ausência ou presença dos embaixadores portugueses ficou evidenciada com o que se passou em Tunes, dizendo-me ele que o ex-presidente Ben Ali esteve indeciso quanto a abandonar ou não o país até ao momento em que lhe garantiram que o representante português não estava. Observou-me Sua Eminência que não é que haja receio de perturbação mas como o diabo se pode infiltrar onde menos se espera e pode fazer das suas, que eu não estranhasse tais insistências porquanto a presença ou permanência do embaixador português era já entendido como um bom sinal divino e a ausência um aviso de risco de diabo. Você até se pode rir da minha ingenuidade mas a pergunta é simples: tem isto fundamento?

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