17 fevereiro 2011

Exportar...

Apelar às exportações é fácil. Basta algum jeito para a oratória. O problema é exportar: o quê, para onde, como, quanto, por quanto, pagantis e sem devoluções. Não se pode dizer ao embaixador, muitas vezes quase ele sozinho - "Venda isso!", ou quando bem ou mal acompanhado - "Tem aí alguém que venda?" Muito menos, chegar ali ao terminal de carga e ordenar ao despachante - "Depache isto seja para onde for", ou ao cais e atirar algo para dentro de algum navio que vá para qualquer sítio comandado por um qualquer comandante que fale uma língua qualquer... Além disso, não é só em Portugal que se descobriu que é preciso exportar - a descoberta há muito que foi feita em todo o mundo que tenha cais, terminal de carga e sobretudo "bandeira de conveniência". Oh, sim! Bandeira de conveniência.

A oratória não pode nem deve orar confiada no acaso, pelo que a banalização da expressão "diplomacia económica" é coisa tão fácil de sair da língua que existe precisamente para consentir palavras, como fácil será olhar para o mapa, apontar o dedo e determinar e decretar que ali, para onde se aponta, o mercado é prioritário. A coisa tem mais que se lhe diga, não pode ser feita à última hora e só pode ser feita com gente certa no lugar certo, que é o que devia ter sido feito há muito, caso se tivesse querido começar. Há anos, anos que andamos a dizer isto. Pelo nosso lado, aqui, desde 2003... Não é conversa de agora.

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