24 abril 2011

Ainda o Dia do Livro e do Direito de Autor

Os dias mundiais, os dias internacionais, nacionais e mesmo os dias da minha rua, não são salvadores, nem deles se espera que, por exemplo com o do livro, os que não são analfabetos e enão lêem, passem a ler, quanto mais os analfabetos que não são poucos e que, sem solidariedades eficazes, lutam contra a sua exclusão. E num país em que a pirataria dos direitos de autor tem mais que se lhe diga, não será também um dia mundial do direito de autor que resolve a questão. Mas os dias mundiais sensibilizam ou deveriam sensibilizar com campanhas sérias, eficazes e, sobretudo, corretas e rigorosas.

O Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor foi instituído pela UNESCO e logo à partida esperava-se que essa iniciativa fosse assumida pela Comissão Nacional da UNESCO. Parece que não foi, ou pelo menos não foi tanto quanto devia - o site oficial dessa comissão nada refere, o que para muitos é inacreditável. Mas, enfim, a Direcção Geral do Livro e da Biblioteca lá promoveu um cartaz anunciado no respetivo site a 6 de abril, da autoria do ilustrador João Vaz de Carvalho e logo se reparou que, independentemente da arte (gostos são gostos) faltava qualquer coisa: o cartaz referia apenas o Dia Mundial do Livro e omitia o que é também - do Direito de Autor. Mas não é o cartaz que está em causa nem é o mal. O que está em causa são as iniciativas e a falha de ligação à organização de que Portugal é parte e da qual a comissão nacional é a referência, obviamente, nacional. e bandeira de diplomacia cultural.

Teria sido fácil, para não dizer útil e bonito, "traduzir" o cartaz mundial para português, já que estamos tão interessados na promoção da língua e na afirmação da língua, E mais bonito teria sido uma parceria lusófona para ampliar alguma vontade política e estender iniciativas conjuntas por via das televisões e dos novos meios que a internet proporciona.

Estando em causa a língua é pelo livro e pelo direito de autor que nos devíamos entender. Fazer uma coisita para descargo de consciência, não é suficiente e até fica caro.

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