04 abril 2011

O método da entrevista

Mal do jornalista que usa a entrevista como um método de pesquisa de informação sem se aperceber que não pode nem deve usar esse método como o agente policial, o sociólogo, o psicólogo, ou, já agora, o diplomata o fazem, cada um à sua maneira e com os objetivos próprios da respetiva função... Muitos jornalistas sabem que isso é dos livros, mas um ou outro(a) quando se lhes proporciona a oportunidade, parecem verdadeiros caleidoscópios agitados por cada pergunta, revelando-se em cada tal pergunta com cara diferente: agora com cara de polícia de serviço, depois de sociólogo manso, segue-se a cara de diplomata mal amanhado, e mais umas tantas caras  até que finalmente simula a cara de jornalista naqueles segundos em que diz a coisa da praxe: "Muito obrigado por me ter dado esta entrevista".


Para o jornalista em ato profissional de entrevista, a pior das caras, ou a que mais contende com a cara que devia ter, é a do polícia. No caso dos comentadores, a cara pior é a de juiz que indevidamente passe por padre em confessionário distribuindo penitências conforme os humores libidinosos..

1 comentário:

Anónimo disse...

Bom para jornalista antes da entrevista usar o método de simpatia, solicitando a entrevista uns dias antes para a marcação do dia almoço ou jantar.

Não lhe vale a pena de usar expressões de cara nenhuma ou mesmo a de pau, porque o entrevistado têm todas e aquelas que o jornalista nunca imaginou.

Sempre tive muita pena de alguns jornalistas que procuram entrevista quando as respostas são decoradas com mentiras.

A melhor resposta ao fim da refeição (mesmo que saia com vontade de comer) e entrevista seria: “muito obrigado pelo excelente almoço/jantar que me ofereceu”