Refugiados

O papa Bento XVI convidou o mundo a manifestar "solidariedade aos numerosos fugitivos e refugiados que provêm de diversos países africanos" e a abrir "o coração ao acolhimento" daqueles que fogem de guerras e conflitos. Como princípio está certo, embora sejam omitidas as causas e omitidos sejam os procedimentos dos regimes autoritários norte-africanos na sua patética função de barragem a migrantes.Mas também não se sabe se Sua Santidade diria o mesmo se a Praça de São Pedro, Jardins e Pátios de Palácios do Vaticano se enchessem, o que não seria difícil admitir se o enclave se situasse, não no recolhimento da periferia de Roma, mas na costa do Mediterrâneo. Em todo o caso, uma pergunta: os jardins têm o coração aberto? Apelar é fácil quando não tem o drama dentro de portas.