Diplomacia portuguesa. Questões da política externa. Razões de estado. Motivos de relações internacionais.
07 junho 2011
Tesouraria. Previsível
Previsível o que as circunstâncias de tesouraria do MNE acabaram por ditar. Quando aqui, desde há dois. três anos fomos sugerindo que as decisões por pressão da máquina deviam ser alvo de mais escrupuloso escrutínio, que a racionalização era urgente e que tal racionalização não poderia ser feita como quem corta sebes aqui e aumenta ali por duvidosos critérios estéticos do jardineiro-geral ou de adjuntos por conta própria, queríamos dizer o que a tesouraria agora diz e impõe. Com a cena de Marrocos, devemos dizer, foi o desalento. Como outrora no reparo de Eça, não nos obriguem a falar dos querubins dourados que estão lá no alto da talha, quando o chão está falso e abana ameaçando transformar-se para os cordeiros ingénuos em cova dos leões. Muitos entenderam-nos mal - uns que estávamos contra aquele, outros que a favor do outro, outros ainda que não sabíamos do que estávamos a falar, outros, lá dos fundos, que através de nós se identificariam interesses escondidos... Mas quais interesses escondidos! Qual desconhecimento! Qual favor! Qual ataque! Só diplomatas que se habituaram a identificar a crítica como exercício de outros diplomatas ressabiados, ou decisores que traduzem sistematicamente qualquer reparo por ato sedicioso contra o seu autodidatismo, é que não percebem que só um país demasiado rico é que pode investir continuadamente nos erros e desinvestir nas virtudes. E mesmo os ricos que se acautelem, como é da praxe dos ricos se acautelarem por instinto de sobrevivência. E já vai longo.
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