17 julho 2011

Fracasso da Europa ou dos que?

Para quê grandes ou extensas reflexões? Não será melhor deixar isso para depois? Pensamos que sim.

Não é a Europa que está a fracassar, quem está a fracassar são os que estão ao leme do barco, ao qual se agarram com unhas e dentes para não serem atirados pela borda fora, ou por uma rajada de vento, ou por onda encapelada, ou pura e simplesmente por escorregadela.

E quem fracassa?

Custa a dizer o nome, porque não é finlandês nem grego, mas grande fracasso é o de Durão Barroso. A um Presidente da Comissão, exige-se e espera-se mais do que uma gestão esperta, sem ideia, sem substância, sem fundo - ou seja, superficial, tribunícia e de querubim dourado. Durão Barroso, já deu para ver, não é um líder europeu de envergadura, como se exige. E mesmo se tal não fosse exigido, até nem se notaria a lacuna. Durão Barroso é apenas um Romano Prodi que fala com mais gente dali e menos dacolá, é um Romano Prodi lacunar.

Outro fracasso, cujo nome não custa a dizer, porque não tem funções na Europa mas sabe que esta não funciona sem os seus ditados: Angela Dorothea Merkel, que faz hoje 57 anos. Chanceler da Alemanha desde 2005 e líder da CDU desde 2000, poderia ter motivos para pensar que é de ferro, mas aí estão os pés de barro à vista. Tal como o escaravelho da palmeira, não percebe que o fim da palmeira que come é o seu próprio fim. De forma trágica já se viu isso por duas vezes e se pisa muito o risco, a terceira pode ser diferente mas a palmeira cai.

Mais fracassos? O Parlamento Europeu, por exemplo, que continua a discutir os assuntos mais díspares, estonteantes e harmónicos como se a água não estivesse a subir à volta da ilha... Os eurodeputados, primos-irmãos dos eurocratas, lá vão cantando e rindo, e tão habituados estão a Bruxelas-Estrasburgo que a Europa deles pouco mais é já do que Estrasburgo-Bruxelas.

Herman Van Rompuy, o Presidente do Conselho Europeu, não chega a ser fracasso. Um fracasso, ouve-se. E ele não tem voz, ou se a tem ninguém o ouviu, apesar dos milhões de europeus que cantaram e gostaram do Hino da Alegria não serem surdos.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não Senhor.
Durão Barroso tem o imenso mérito de ter presidido a uma UE numa dase em que esta integrou novos membros e em que passou a ter uma nova configuração resultante do novo Tratado de Lisboa.
Os poderes do Presidente da Comissão são limitados.
Já quanto à crise económica e de governance na Europa, os Estados membros têm pois elevadas responsabilidades.
Discordo, pois, Carlos albino, quando habitualmente estou de acordo consigo.

Notas Verbais disse...

Mas quem disse que concordar habitualmente não é um mau hábito? E quem disse que quem discorda não faz repensar? Naturalmente que DB tem méritos, os poderes são limitados que os Estados membros... Vamos voltar ao assunto. De resto a apreciação foi política e a política da UE está a subverter o espírito dos tratados e não tanto a letra do Tratado. Não nos conformamos quando os erros e omissões parecem ter sido calculados.

Joao Cantor disse...

a Comissao Europeia ate faz o seu trabalho e apresenta propostas (algumas delas revolucionarias). A questao e a falta de empenho europeu dos governos nacionais que culpam Bruxelas (e claro a turma do DB) por todos os males do mundo. Sim o Parlamento discute o sexo dos anjos e o Von Rompy, pensa na reforma.

nem sempre discordo das notas...