18 julho 2011

Submarinos e contrapartidas, mas no Brasil...

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Dilma com o protótipo
No Brasil, cerimónia de início da construção dos submarinos S-BR Brasil, em Itaguaí (RJ), mérito da parceria entre os governos do Brasil e da França e que assegura a transferência da tecnologia na construção de submarinos que permitirão o patrulhamento das águas transnacionais brasileiras. Como manda a praxe, Dilma Rousseff disse na cerimónia (sábado): “Vivemos um momento estratégico para o Brasil com o início da construção do navio submarino S-BR”, lembrando que apenas um pequeno grupo de países domina a tecnologia da construção de submarinos nucleares, pelo, por isso, “o Brasil dá mais um passo na condição de país desenvolvido, de uma indústria sofisticada”. Atualmente, apenas a China, Estados Unidos, França, Inglaterra e Rússia detêm esse domínio tecnológico. . Com o programa de parceria, o Brasil passará a integrar essa lista, já que o SN-BR terá reator nuclear e propulsão desenvolvidos pelo próprio país.

A iniciativa faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha do Brasil, que prevê a construção de quatro submarinos convencionais chamados S-BR (submarino brasileiro), da classe Scorpène, de tecnologia francesa. A estimativa é de que o primeiro dos quatro submarinos esteja pronto em 2016 e seja entregue à Marinha em meados de 2017, após a realização dos testes de cais e mar. Os demais submarinos convencionais serão entregues a cada ano e meio.

Além dos cinco submarinos, o Prosub também contempla a construção de um estaleiro e de uma base naval para abrigar as embarcações. A conclusão do estaleiro é esperada para 2014. Já a base naval deverá ficar pronta seis meses depois. As obras incluem, ainda, a instalação de uma Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (Ufem), com inauguração prevista para novembro de 2012. A Ufem ficará ao lado da Nuclep, estatal encarregada de produzir as seções cilíndricas que formarão os corpos dos submarinos.

Durante a construção das instalações, o Ministério da Defesa estima gerar mais de 9 mil empregos diretos e outros 27 mil indiretos. Já na etapa de construção dos submarinos – apenas na área de construção naval militar – a previsão é de que sejam criados cerca de 2 mil empregos diretos e 8 mil indiretos permanentes, com utilização expressiva de mão de obra local.

O acordo firmado com a França no final de 2008, também prevê transferência de tecnologia para o Brasil. Pelo acordo, os franceses comprometem-se a repassar know-how para determinadas indústrias fabricarem no Brasil itens usados nos submarinos. A estimativa é de que cada um dos submarinos contará com mais de 36 mil itens produzidos por mais de 30 empresas brasileiras. Entre esses equipamentos estão quadros elétricos, válvulas de casco, bombas hidráulicas, motores elétricos, sistema de combate, sistemas de controle, motor a diesel e baterias especiais de grande porte, além de serviços de usinagem e mecânica.

Para viabilizar o programa de submarinos brasileiro foi constituída uma nova empresa, a Itaguaí Construções Navais (ICN), uma parceria entre a francesa Direction des Constructions Navales et Services (DCNS) e a construtora brasileira Norberto Odebrecht. A união foi formada com a participação da Marinha do Brasil, que detém golden share, com direito de veto sobre questões referentes à atuação da empresa.

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