Diplomacia portuguesa. Questões da política externa. Razões de estado. Motivos de relações internacionais.
22 agosto 2011
Escritórios de Estado
Como já estão longe os tempos dessa obsessão das "parcerias do Mediterrâneo", em que até a Grécia queria dispputar hegemonia à Itália, a Espanha à França, e, Portugal, no meio disso, aparentemente desinteressado ou no interesse de dois ou três escritórios discretos a pregar lições de moral, de estratégia, de linhas de ação, de euro-atenções viradas mais a sul - mas que sul? Com quem estava no outro lado (o Egito autoritário, a Tunísia ditatorial, a Líbia com sua tenda de terror, a Síria que veio ao de cima, a Argélia sempre mascarada e até Marrocos com o rei antes do susto e do remédio constitucional) era de prever que a papelada das parcerias (acordos, memorandos, declarações) era de prever que rapidamente tudo isso passaria à história, assim que as circunstâncias se alterassem nesse lado e também deste - algumas pretensões hegemónicas no Mare Nostrum perderam a crista e estão na mó de baixo. Portugal poderia e deveria ter tido outra postura política e diplomática, mas sempre que se chamava a atenção para isso, caia o Carmo e a Trindade, talvez por influência ou temor dos tais dois ou três escritórios discretos. E agora? Vamos repetir essa chapa zero da continuidade em política externa? Ou os escritórios também já rasgaram muita papelada para se adaptarem?
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