22 setembro 2011

Emb. AGAPITO } Ponha-se a Madeira à venda!

É ele!  } Passadas largas,
o olho esquerdo como a Selvagem Grande
e o direito como a Selvagem Pequena,
dedo esticado como o Porto Santo,
eis o embaixador Agapito Barreto.

    - Que reaparição inesperada! Por onde tem andado assim tão fora de portas?
    - Meu caro! Ouça! Está a ouvir-me? Andam para aí a dizer que a Madeira não tem solução. Meu caro, olhos nos olhos! A Madeira é a solução!
    - Solução de quê? E como?
    - Qual independência, nem meia-independência! Aquilo é para vender, e já! Venda-se aquilo, venda-se aquilo com duas opções - com Jardim ou sem Jardim - que dá para pagar quase toda a dívida do País, pouco deverá faltar. A Madeira é a solução para o défice.
    - Mas, embaixador, há compradores?
    - Então não há? Você não sabe que o Kosovo anda mortinho por um gesto de agradecimento pelo voto de saudação que a assembleia do Funchal lhe deu à autoproclamação? Para o Kosovo, a compra da Madeira seria uma bênção caída do céu, até porque a Madeira possui os quadros técnicos de que o Kosovo necessita - deputados nacionais e locais, edis, sacristães, patrícios, escravos libertos, e sobretudo gladiadores.
    - Só que, com a venda da Madeira, Portugal perderia mar e muito mar...
    - Ora aí está! Vender aquilo pelo melhor preço mas com a condição da Madeira ser rebocada para outro mar fora da nossa ZEE, deixando ficar o Porto Santo e as Selvagens onde estão, com umas anonas por podar e umas vacas a rir. E quanto à Madeira, que fosse rebocada para as Caraíbas, por exemplo. Ou para o Adriático. Ou para o Golfo. Ou para os Bijagós para cura da fobia do continente. Ou, outra hipótese, ancorada junto à Formosa.
    - E o preço daria?
    - Então não dá? Mas há que aproveitar enquanto Portugal está no Conselho de Segurança que é um dos melhores locais do mundo para vender ilhas incómodas. Há que aproveitar todas as oportunidades para vender aquilo. Meu caro! Olhos nos olhos! Você já pensou no dinheiro que dariam pela Madeira se o primeiro-ministro, no seu próximo discurso perante a Assembleia Geral, em vez de umas coisas para se ver se Obama faz que sim com a cabeça, ele anunciasse alto e bom som exatamente isto - "Portugal tem a honra de comunicar aos estados membros das Nações Unidas a venda da Ilha da Madeira, pelo melhor preço, com Jardim ou sem Jardim, com a única condição de reboque"...?

1 comentário:

Jorge da Paz Rodrigues disse...

Se ninguém quiser, eu compro! mas com uma condição: sem Jardim.