08 setembro 2011

Líbia e abertura de portas

Claro que Paulo Portas, com a ida à Líbia na véspera da visita do secretário-geral da NATO a Lisboa, foi oportuno. Primeiro, porque não é com dois ou três comunicados que a diplomacia de Lisboa arrumava um passado com o coronel, que não era apenas um passado de pragmatismo - chegou a ser de crença na conversão do ditador líbio. Segundo, Portugal tem que fazer por si, não lhe bastando a "posição comum" da UE. Tivesse Portas o MNE em paz, sabedor de linhas e com a hierarquia arrumada, essa visita-surpresa teria mais brilho que o brilho que inegavelmente teve - brilho e significado, porque o novo poder de Tripoli é um peso pesado que conta na nossa dependência energética externa. À primeira vista, o ministro abriu portas para um diálogo inevitável e em que Portugal tem interesse direto. Quanto a isso, Paulo Portas ganhou um ponto, um bom ponto, embora isolado. Mas não basta para se ver.

1 comentário:

joãoeduardoseverino disse...

Mas o Portas não deixa de ser um grande ponto...