05 outubro 2011

Foi um turbilhão de temas, mas faltou um

No discurso do Presidente, foi um turbilhão de temas:
A União Europeia, o euro, o estado do Estado, inevitavelmente a crise, as Forças Armadas, a austeridade, o consumo de produtos nacionais, o património histórico, a distribuição da riqueza e repartição dos sacrifícios, as intoleráveis assimetrias, os graves desequilíbrios no ordenamento do território, na disparidade de rendimentos, nas desiguais oportunidades às diversas gerações, o exercício de funções públicas e o exemplo dos agentes políticos, o despesismo público e o gasto improdutivo, a mudança profunda da acção política, a Justiça, o saneamento das contas públicas, a revitalização do tecido produtivo nacional, o investimento privado, o combate ao desemprego, o aumento da produtividade e da produção de bens e serviços capazes de concorrer nos mercados externos, a disciplina na utilização dos dinheiros públicos e pelo aumento da poupança interna, crescimento da nossa economia, os oceanos em larga medida por explorar, os mercados da reabilitação urbana e do arrendamento, o aproveitamento da floresta e a produção de produtos regionais de referência, o talento de gerações qualificadas e empreendedoras que não podemos desperdiçar, a redescoberta do valor da cultura, a prevalência à dimensão espiritual sobre a dimensão material da vida humana, as iniciativas de voluntariado, as empresas das quais se espera um aumento da respetiva responsabilidade social, a escola, os autarcas e finalmente, en passant, as comunidades da diáspora.
Foi um turbilhão de temas titulados no discurso. Mas, desculpe lá Presidente, uma omissão em matéria em que Vossa Excelência é particularmente competente e responsável: as relações externas, as representações externas e os agentes a que vulgarmente se dá o nome de diplomatas, por entre os quais estão os embaixadores que é Vossa Excelência que nomeia e que com as cartas que concede partem paras as mais diversas capitais. Titulou no discurso as Forças Armadas de que é Chefe Supremo, muito bem, mas omitiu as representações externas do País que também são forças não propriamente desarmadas e que não podem nem devem ser desestabilizadas com experiências de gabinete. Faltaram umas palavrinhas orientadoras, uma palavrinha por magistério de influência que fosse mas necessária e oportuna nos tempos que correm e face a cenários que se fazem por encomenda e que não podem ser transformados em conclusões de ânimo leve. Faltou isso no meio do turbilhão.

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