07 outubro 2011

Marco António e Sacadura Cabral, adeus Gago Coutinho

Ele diz "I would love to express"

Meu caro,

Como bem sabe, tenho andado a colocar as leituras em dia e a rever a actividade do meu sucessor Sacadura Cabral. E não é que passaram pouco mais de três meses desde a tomada de posse e o homem já fez aquilo que o Filipe Marques demorou cerca de dois anos a fazer? Reuniu-se no departamento de Estado com a Secretária de Estado Rodham e no Congresso com vários representantes políticos americanos. Mais do que isso: poupou dinheiro ao Estado em época de crise ao agendar as visitas para a mesma altura da viagem a Nova Iorque (muito diferente da velha York que conheci) para a Assembleia Geral das Nações Unidas. Muito bem. Quanto ao conteúdo, tenho alguns reparos a fazer. Ocupar vários minutos para dizer que o reconhecimento do Estado Palestiniano só será possível através de negociações é o mesmo que dizer que Portugal só podia aderir à União Europeia através de negociações. É óbvio. É básico. E para usar uma expressão que o meu caro tanto gosta, é redondo. É algo que qualquer um pode dizer. E nem é preciso estar no Conselho de Segurança da ONU. Depois, o meu caro sucessor Sacadura Cabral tem de trabalhar um pouco o seu inglês técnico. Então ele diz "taff efforts"? Ele diz "In the past we win"? Ele diz "I would love to express"? A secretária Rodham é uma mulher (algo impensável no meu tempo, infelizmente), mas é preciso amor? E se é preciso amor, certamente que é desnecessário um aperto de mão tão vigoroso. Mas olhe, gostei, sobretudo, da forma íntima como ele no final colocou a mão no braço da Secretária Rodham de uma forma íntima e, ainda perto dos microfones lhe disse "I expect to see you..." para dar a entender que um novo encontro, ou até uma visita a Portugal está próxima. Estará? Ora espreite o vídeo.

Ministro Plenipotenciário Marco António

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