Nunca tive dúvidas de que meu sucessor Sacadura Cabral seria um excelente diplomata. Nem que saberia escolher os timings certos para as suas deslocações. Já tinha tido essa ideia quando o ministro das Finanças passava os dias a explicar o imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal e o meu sucessor viajou para Angola, Moçambique e Brasil. Reforcei-a com a viagem à Líbia que, pelo que ouço nos corredores, foi ideia que saiu da sua própria cabeça e não da de um qualquer adjunto ou director-geral político (o que diz mais destes últimos do que do próprio ministro). E confirmei essa convicção durante a entrega do novo orçamento do reino: enquanto o país discutia as medidas anunciadas pelo ministro das Finanças, o meu sucessor realizava um périplo por três países do Magreb. Sagaz, como não podia deixar de ser, viajou discreto só com uma pequena comitiva (ao contrário do meu tempo em que a ostentação era tão importante como a presença em si) e apenas prestou declarações porque a isso foi obrigado. Parece que há uma asa (prefiro a "asa" à "mão") invisível que o guia para fora da turbulência. Olhe, parecida com a asa de um Douglas Constellation dos anos 40 que ele tem na sua casa em Caxias a servir de secretária.
Ministro Plenipotenciário Marco António
2 comentários:
Não se preocupem, que ele há-de "aterrar", pois não consta que ministro algum possa ficar sempre nas "nuvens"...
Um MENE inutil, vaidoso e arrogante.
No MNE a palavra de ordem é: "Paciência, muita paciência!".
E, de caminho o MNE passa a mne, reduzido à sua pequenês orçamental.
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