18 outubro 2011

Pois que política externa? Que atividade diplomática?

Que agenda? Que posições de Portugal sobre o muito que vai acontecendo e determina? Que movimento nas Necessidades, e mesmo em Belém? Pouco de relevante, para não se dizer nada. Está meio-mundo à espera de que o ministro, dentro de dias, anuncie a "nova rede", que dentro de semanas anuncie a almejada diplomacia económica, enquanto os jornais, numa deferência tradicionalmente doentia, regista que ministro vai aqui ou, até, que projeta ir ali no final do mês. Em Novembro, teremos a presidência do Conselho de Segurança, onde pelos vistos poucos nos ligam, enfim sempre será uma presidência a justificar uma ou duas idas a Nova Iorque mas que na Nigéria terá tanto impacto como a presidência nigeriana neste mês de outubro teve em Portugal. Sobre o impacto do Orçamento no MNE - nas políticas e nos serviços, nem uma palavra, cada um que tire as conclusões porque o MNE, como MNE, isenta-se de traçar um rumo, de dizer qual o rumo agora, de identificar os problemas primeiro, apresentando as soluções depois, ou seja, provando que tem uma política que não é apenas fiel mas solidária com a política geral. Como sempre, aí virão as "soluções inevitáveis" sem a formulação prévia e rigorosa dos problemas. E assim se faz uma mera gestão quotidiana das coisas, consoante as coisas surjam, ou, pior, em função de serem ou não conhecidas, porque se não forem conhecidas melhor para tal gestão embrenhada nos ciclópicos trabalhos das nomeações incontornáveis, das promoções possíveis e das colocações que, só Deus saberá, se são critérios de influência ou se simpatia de proximidade. Dir-se-á que foi sempre mais ou menos assim, o que não cura o mal de raiz com que as Necessidades acaba por fazer apodrecer os seus melhores frutos.

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