- com os cortes, outra coisa não se esperaria a não ser corte nas embaixadas, mas isso era coisa para gerir com sageza, discrição e prudência, evitando este estendal de encerramentos
- com a crise a tocar profundamente no MNE, outra coisa não se esperaria a não ser medidas eficazes, decisões atempadas e provas de preparo, impedindo essa sensação de esvaziamento da capacidade de ação e de atividade no exterior
- com a colocação da economia no centro da política externa, outra coisa não se esperaria a não ser a implantação do adequado modelo que está há muito inventado (o Brasil que o diga), em vez deste despique de tutelas e desse baile da máscaras em que a AICEP anda à procura de par e que já esgotou o melhor tempo do torneio nupcial da coligação
- com a imagem externa do Estado a carecer de dinamismo concertado, plano inteligente e afirmação discernível de vontade, outra coisa não se esperaria a não ser que nem por um só dia se deixasse postos a descoberto e que nem por um só dia se perdesse a oportunidade de iniciativas tais que um toque no botão em Washington e em Brasília não fizesse soar a campainha em Pequim e em Luanda ou em Maputo
- com a carreira entupida, bloqueada e condicionada por vícios e costumes, outra coisa não se esperaria que não fosse a urgente revisão do que é isso de quadros na maioria bem preparados e que teriam muito para dar, entrarem na disponibilidade e na inatividade forçada, e o que pode vir a ser isso de se trocar o reconhecido profissionalismo da carreira pela partidarização de postos e funções
- com o orçamento e medidas correlativas a desferirem os sabidos golpes no funcionalismo público, outra coisa não seria de esperar a não ser o fugir da fraca solução que é a de se enterrar a cabeça na areia, sem que sejam dadas orientações mobilizadores e perspetivas claras aos funcionários dos serviços centrais e do quadro externo tratando-os como os bons e não os maus da fita
- com o peso e o despesismo do Estado apurado outra coisa não seria de esperar no MNE que um catecismo de poupança e um guia de moralização na teia de mordomias que o diabo foi amassando, não por aquela regra aldrabona de se se fazer melhor com menos mas pela pose de se fazer e bem o que necessariamente se tem a fazer e deve ser feito
- com o panorama que a UE e a adjacente zona euro estão a oferecer, outra coisa não seria de esperar que um Secretário de Estado dos Assuntos Europeus e não apenas um delegado sem delegação
- com tudo o que não é difícil de prever para o mundo da emigração, outra coisa não seria de esperar que um Secretário de Estado das Comunidades e não apenas um mini-PR em voos seletivos
- com a tomada de posse em junho, outra coisa não seria de esperar que, já perto do final de outubro, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros não entrasse em funções, independentemente das deslocações, declarações e marcações
Diplomacia portuguesa. Questões da política externa. Razões de estado. Motivos de relações internacionais.
22 outubro 2011
Política externa e o resto
Dez coisas
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1 comentário:
Falando em cortes para quando o mesmo para os abonos de representação e nos 25% a mais que recebem os diplomats nos sálarios quando colocados em Lisboa( neste ponto é urgente o corte é mais que ético).
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