03 dezembro 2011

Anda a falar do que não deve. E a omitir o que deve

Meu caro,

Peço-lhe desde já desculpa pela longa ausência. Afazeres de outra natureza impediram-me de dar o contributo que quero que se torne habitual. No entanto, este afastamento tem-me permitido observar de uma forma diferente as actividades (ou falta delas) do nosso querido ministério. E se quer saber, cada vez concordo mais consigo. O meu sucessor Sacadura Cabral está a tornar-se uma pequena desilusão: sim, ele tem tomado algumas decisões (quer se goste ou não isso já é uma evolução em relação ao meu anterior sucessor), fundido institutos (discutível), cortado despesas (discutivel) e tratado das novas leis orgânicas (uma obrigação imposta do exterior). Agora parece que anda há mais de um mês na euforia das nomeações (demasiado). Pelo meio tem feito algumas viagens. Sim, foi ao Conselho de Segurança das Nações (Des)Unidas, mas... e daí? Até eu que sou um extraterrestre no que diz respeito aos novos paradigmas comunicacionais estranhei a falta de capitalização da presidência portuguesa do Conselho de Segurança. Afinal para que serviu a longa e dispendiosa campanha para ganharmos um lugar - no mesmo mandato em que um outro Estado Europeu ganhou o estatuto de membro não permanente? Não sei. Só me parece que o ministro (ou um porta-voz) tem decidido usar a agência noticiosa do estado e o maior semanário português como folha oficial do Palácio das Necessidades na maioria dos casos dizer generalidades e fazer o favor à oposição de aparecer na televisão. A última foi para dizer que chamou o embaixador do Irão, viu? Acha que seria necessário tanto espalhafato? Ou essa não é daquelas acções que os manuais da diplomacia dizem para se fazer discretamente? Dá-me a impressão que o meu sucessor anda a falar do que não deve e a omitir o que deve ser da mais pura transparência, como o meu caro tem notado, e muito bem. Assim sendo, deixo-lhe aqui um conselho (ao meu sucessor, não a si que o meu caro não necessita): numa das suas próximas viagens tenha o cuidado de verificar se deixou todos os bens da companhia aérea portuguesa no avião. Nunca se sabe quando é que um qualquer secretário de Estado, insatisfeito com a ausência de delegação de competências ao fim de seis meses, não sopra para um qualquer semanário que o seu chefe se apoderou de uma manta para enfrentar as noites frias no seu gabinete no Palácio das Necessidades. Não acha, meu caro?

Ministro Plenipotenciário Marco António

2 comentários:

Manuel Leonardo disse...

Apoderar de uma manta ?
Ainda ha pouco se desviavam milhares de milhoes de euros e ninguem reparava nisso e agora querem descobrir a careca a quem nobremente surripia uma esfarrapada manta que tanta falta faz nos escombros do Palacio das Necessidades ?
Uma pergunta vou fazer a todos aqueles que ainda teem necessidades :
Agora que Portugal ja nao existe ,nao da' ordens ,ainda havera' necessidade de Haver Necessidades ?
Manuel Joaquim Leonardo
Peniche Vancouver Canada .
P. S. sem politica :
Como parece que estou no lugar certo , gostaria que algem me podesse informar por onde andam os
dois Conselheiros de Estado eleitos um Jose Manuel dos Santos
eleito legalmente pelos emigrantes portugueses de Vancouver Canada e outro de seu nome Terry Costa que foi imposto pelo Governo Portugues
ilegalmente pois nao houve nenhuma lista a propor o seu nome , nao foi votado mas sim imposto contra a vontade dos Emigrantes Portugueses de Vancouver

Anónimo disse...

Oh quanta confusão na cabeça do europedutado Melo ao dizer que Portas instalou a economia no Ministério. É legítimo espalhar-se por toda a parte centros de negócios. Mas nao é a mesma coisa que Embaixadas. Centro de Negócio não precisa de Embaixador. Pricisa di técnico di comércio i di técnico di turismo. Coisas diferentes.