12 março 2012

Trabalhos da casa. Informação e Imprensa

Vale a pena fazer a ronda pelas chamadas unidades orgânicas flexíveis. Para começar, as da Secretaria-Geral do MNE que conta com as divisões de Informação e Imprensa (o conhecido gabinete, na dependência direta do Secretário-Geral), de Cifra, de Tecnologias de Informação, e a de Apoio à Informatização dos Serviços Periféricos Externos. Antes de mais, vejamos o que está reservado para o Gabinete de Informação e Imprensa.

A este gabinete estão cometidas 9 tarefas, a rigor:
  1. Coordenar e gerir os conteúdos informativos do sítio oficial do MNE na Internet
  2. Coordenar e gerir o serviço de monitorização de informação webclipping
  3. Promover a coordenação e articulação de informação com os demais serviços e organismos do Ministério
  4. Assegurar a produção e difusão de informação oficial destinada aos órgãos de comunicação social;
  5. Recolher, selecionar e difundir informação publicada pelos órgãos de comunicação social, nacional e estrangeira, com interesse para as atividades do Ministério e seus decisores
  6. Acompanhar e coordenar a ação dos conselheiros e adidos de imprensa ao serviço do Ministério
  7. Assegurar os contactos com os órgãos de comunicação social no âmbito das atividades realizadas pelo Ministério
  8. Acompanhar e apoiar, em articulação com os demais serviços e organismos do Ministério, a organização de visitas de Estado, visitas oficiais a Portugal e conferências de imprensa
  9. Prestar apoio aos correspondentes estrangeiros acreditados em Portugal e coordenação dos contactos daqueles pprofissionais e demais jornalistas estrangeiros com entidades oficiais
É claro que este trabalho de casa requereria para a chefia do gabinete um diplomata batido na carreira, sensível ao leque de destinatários, e não apenas conhecedor das matérias mas sobretudo com sagesse face aos canais de decisão e credibilidade de boca. Não tem diso assim e parece que continua a ser como sempre foi: ou, no caso da escolha recair sobre diplomata, é prateleira de castigo para quem não se sabe onde possa ser colocado, ou então, em escolha de "técnico" recrutado para o efeito, mais um lugar de despacha e fazer o suficiente para ganhar o dia sem levantar ondas. A mão ser que haja milagre e esse milagre vê-se, nota-se, sente-se, ouve-se, influencia não tanto a diplomacia mas a imagem que a diplomacia portuguesa possa ter dentro dos muros e fora dos muros. Para se testar se isto acontece, bastará transformar em perguntas cada uma das tarefas desta unidade orgânica flexível:
  1. Os conteúdos informativos do sítio oficial do MNE na Internet são para a gente se render?
  2. O serviço de webclipping não é pago ao exterior para ser feito assim?
  3. Que coordenação e articulação de informação com os serviços e organismos do MNE pode haver se há um porta-voz que coordena e articula?
  4. Qual a produção de informação oficial destinada aos media?
  5. Quanto à informação publicada, o chamado corta, cola e fotocopia, as atifividades eo MNE e seus decisores estão à espera disso, a não ser para entretém nos aviões?
  6. Coordenação dos conselheiros e adidos de imprensa, quais, quantos e para quê?
  7. Contactos com os órgãos de comunicação social... Para que serve a "fonte oficial do gabinete" que é quem comanda, gere, privilegia, seleciona o alvo?
  8. Visitas de Estado e visitas oficiais, não basta o Protocolo de Estado? E para conferências de imprensa, colocar os microfones e os palanques?
  9. Apoio aos correspondentes estrangeiros? Mal deles se não fosse o velho Palácio Foz, além de que um correspondente estrangeiro, se correspondente é, não precisa de visitas guiadas, prescinde delas e isso até os incomoda.

6 comentários:

Anónimo disse...

Às vezes ainda me questiono como é que não o escolhem a si para ser líder do MNE ou de qualquer outra coisa em Portugal ou no mundo, pois tudo seria perfeito e insuperável! Enfim. Só dizer mal, criticar, sem estar no terreno. Falar é fácil meu caro. Escrever, ainda mais fácil é!!!

Notas Verbais disse...

Caro anónimo, inteiramente de acordo, à exceção de pequeno pormenor: não aceitaria a escolha, a não ser por concurso público e neste não entraria como anónimo.

Anónimo disse...

Boa resposta, Dr. Carlos Albino!
Chegue-lhes! As NV são úteis e fazem falta quando "descansam".
No MNE quer-se transparência, que não há. Já agora, será interessante saber se os Juízes vão dirigir a Paulo Portas a mesma pergunta sobre os cartões de crédito que fizeram a J.P Aguiar Branco da Defesa? Mas, no caso do MNE, que as respostas não se fiquem pelos responsáveis políticos, mas abranjam os SG e DGs.

Anónimo disse...

Caro Dr. Carlos Albino

Pessoas de livre pensamento e transversais aos governos que passam são bem-vindas.Parabéns.

Já agora seria interessante saber porque é que o 25 de Abril não passou pelo MNE e as virgens honradas ficam tão sensivies quando se beliscam nos poderes intituidos.

patricio branco disse...

Parturiunt montes, nascetur ridiculus mus

não, nem isso, tenta se com uns 10 mandamentos da informação mneistica expostos de maneira pomposa fazer crer que é um super serviço. ou que o mne tem uma pratica de informação.
tambem acontece que a montanha é apenas uma colina.
Mas os autores e actores não são os diplomatas, diga se ainda

Anónimo disse...

Concordo c/ consigo.Aquele serviço é grande demais! Só serve para o MNE gastar dinheiro e ter lá
pessoas que foram lá postas com cunhas!!