13 junho 2012

POUCO A POUCO  Válido lá fora e cá dentro

Boa pergunta: Um país pode pôr e dispor, quanto a consulados, como se isso fosse um espanhol a plantar oliveiras no Alentejo?

Naturalmente que se um Estado quer um consulado, o outro tem que consentir.

E mais:
  1. A sede do posto consular, a sua classe e a área da jurisdição consular serão fixadas pelo Estado que envia mas depende da aprovação do Estado recetor. Se este não consentir, chapéu.
  2. E depois, o Estado que envia também não pode modificar posteriormente a sede do posto consular, a sua classe ou a sua área de jurisdição sem o correspondente consentimento do Estado recetor.
  3. Igual consentimento do Estado recetor será também sempre necessário se um consulado-geral ou um consulado já estabelecido desejarem abrir um vice-consulado ou uma agência consular numa localidade diferente daquela onde se situa o próprio posto consular.
  4. Finalmente, o consentimento expresso e prévio do Estado recetor é igualmente condição necessária para a abertura de um escritório consular que faça parte de um posto consular já existente, fora da sede deste.
Agências consulares, escritórios consulares são entidades previstas na Convenção de Viena, mas não basta que o ministro ou o secretário de Estado anuncie por conveniência política que vai abrir, vai modificar, vai deslocar... O Estado que recebe tem uma palavra decisiva na matéria, pelo que será sempre aconselhável que apenas se anuncie quando o consentimento de quem pode consentir esteja assegurado.

1 comentário:

patricio branco disse...

os paises podem abrir consulados onde julguem que é util, basta o estado receptor autorizar. A espanha teve um consulado de carreira, creio que cons. geral,em elvas até à entrada dos 2 paises na CE. Inclusivamente esse consulado foi uma vez ocupado por um diplomata espanhol de nivel alto que transitou de embaixador na australia para a cidade alentejana. Interesses pessoais de conveniencia levaram no a pedir o consulado geral em elvas onde se reformou.
sobre o correspondente, o consulado de portugal em badajoz, não tenho informmação sobre se alguma vez foi de carreira, mas teve até ao seu recente fecho um estatuto especial, mais do que simples honorario, embora não de carreira.
Há consulados temporarios, vejam se uns jogos olimpicos em cidade onde não há consulado, creio que portugal abriu durante uns meses um consulado em atlanta, eua, por isso dos j o, fechando-o quando terminaram.
Em sevilha transformou se o consulado honorário em consulado geral quando da exposição de 1992, nesta categoria se tendo mantido, embora nem sempre com consul, o que não diminuiu nem afectou a sua boa eficácia consular. está agora previsto ser novamente preenchido por funcionário de carreira.
Muito interessante este tema dos consulados que as NV estão a publicar. Há casos incriveis de consulados, incluindo em zonas rebeldes e separadas num pais, por força de necessidades politicas, consulares (proteção) e outros interesses. Veja se o caso da libia no ano passado.