21 junho 2012

Reformas ou medidas avulsas e avultadas?

Não houve no MNE o que se possa chamar reforma. Houve medidas avulsas, algumas avultadas mas que não deixam de ser avulsas. Assim de maior vulto mas avulsamente, a AICEP mudou da tutela do Ministério da Economia para o cadeirão das Necessidades. Mudou o comando, pouco mais. A diplomacia económica, com isso, ganhou a força de refrão como nos grupos corais, o que não é propriamente uma reforma com efeito direto na orgânica do MNE e nos serviços de embaixadas e consulados de carreira, sobretudo com cortes e esvaziamento de postos, redução de funcionários diplomáticos e torniquete nos serviços externos. Em função disso, o discurso do ministro difere à evidência dos discursos dos ministros anteriores, mas também não houve reforma do discurso, reforma que há muito se reclama e impõe, houve apenas uma mudança nas palavras avulsas que se repetem até à exaustão, com o mesmo refrão cantado de capital em capital, após qualquer encontro, qualquer reunião, qualquer viagem, com quebra da dimensão política da função. Para reformar não basta corporizar um novo elã, como essa de transformas as embaixadas em centros de negócios... Ora, sempre foram ou pelo menos sempre deveriam ter sido ou uma das principais funções diplomáticas não seja, desde sempre, a da promoção.

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