09 julho 2012

Nem com isso

Enfim, no termo da sua visita à China, falando em Macau em jeito de balanço, Paulo Portas não sai dos raciocínios analógicos, do é branco porque não é preto, de quinhentos ser igual a cinco centenas. Fiando-nos na página oficial do MNE que, pelas regras canónicas, deve apresentar o melhor e de mais relevante o ministro tenha dito, atribui-se a Paulo Portas a lógica de que "Portugal tem interesse em Macau, Macau tem interesse em Portugal" e que, nessa lógica "é preciso cultivar esse interesse com uma aproximação institucional frequente e regular". Nada de novo.

Depois, aquilo que se ouve há décadas sobre Macau invocadamente como plataforma de comércio e de serviços entre a China e os países de língua portuguesa, e os agradecimentos da praxe ao chefe do executivo de Macau, Fernando Chui Sai On quanto aos esforços da Região Administrativa Especial chinesa na preservação do ensino e cultura portuguesa, considerando que as partes "devem continuar a intensificar a cooperação nas áreas da educação e cultura". Claro que devem, como se dirá no Instituto Português do Oriente.

E lembrou-se que em 2013 passam os 500 anos da chegada de Jorge Álvares à China, efeméride que o ministro português, segundo o site, não quer que passe em branco, justificando: "Não é assim uma coisa muito frequente duas nações conhecerem-se há 500 anos, mas Macau é, porventura, o lugar ideal para valorizar culturalmente esse conhecimento". Porventura.

Ainda segundo o site oficial, o ministro ao fazer o balanço da viagem de uma semana fez saber (sic) que não só "cumpriu amplamente os objetivos que tinha" como "confirmou a parceria estratégica entre a China e Portugal". Seguidamente mais uma daquelas frases com que, segundo o verbo do site, sintetizou: "Portugal é um dos poucos países na Europa que tem essa parceria e sendo a China uma economia poderosíssima e um mercado enorme é evidente que Portugal tem toda a vantagem em aproveitar plenamente essa parceria". É mesmo sintético.

1 comentário:

Anónimo disse...

No princípio até tinha piada, pela novidade e contraste com os estilos dos antecessores, mas agora já cansa. O esquema do discurso de Portas é sempre o mesmo.

Um da carreira