Diplomacia portuguesa. Questões da política externa. Razões de estado. Motivos de relações internacionais.
05 novembro 2012
Protetorado? Que potência é essa?
Não brinquemos com palavras perigosas.
Por aí se diz e repete à boca cheia que Portugal é um protetorado e quando, ainda que vagamente se diz de quem, cita-se o FMI e a UE... Ora o FMI é uma organização de que Portugal faz parte e a UE organização também é onde Portugal é parceiro de outros estados. Quer o FMI, quer a UE não são potências a quem um Estado (parte ou não parte, membro ou não membro) possa estar subordinado, decidindo a sua política externa, controlando o seu governo, os seus poderes desde o legislativo até ao judiciário e as suas instituições financeiras. Será que Portugal, hoje em dia, possui apenas certos atributos de Estado independente, mas está subordinado a uma potência que decide? Que potência? O FMI não é potência, e a UE pelo caminho que está a tomar é tudo menos potência - é um império napoleónico em mãos alemãs embora fale inglês...
Claro que há o resgaste, os empréstimos e aqueles três da tróica que marcham como reincarnações de Filipes, Junot e Beresford. Mas, protetorado? Se é protetorado, qual é a potência? Espantoso é que na televisão, políticos e comentadores responsáveis já usem o termo muito para além do seu valor metafórico, e que membros do governo usem a expressão ou sugiram equivalências para justificarem irresponsavelmente a sua própria inação e as suas omissões, designadamente em matéria de política externa e de política europeia... E tão calado está até o Presidente da República que até ele parece que se considera já e aceita ser o Presidente de um Protetorado sem potência
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1 comentário:
É mais Desprotetorado
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