09 abril 2013

Inevitável. Sobre o concurso...

Exatamente 2.649 candidatos a escassas 20 vagas na carreira diplomática, vão repetir a prova de Cultura Geral (10:30, Faculdade de Direito, Lisboa), anulada que foi a saga de 16 de março que não ilustrou ninguém. O ministro fez bem em acabar com essa balbúrdia, mas não é a balbúrdia que torna inevitável falar do concurso. É a prova em si mesma, os temas do teste que, em larga medida são pouca cultura e quase nada geral.

Não vale a pena repetir o que está já bem observado por João Teixeira de Freitas, Nuno Castelo-Branco e Samuel de Paiva Pires no blogue Estado Sentido, em texto cuja leitura dá que pensar sobre o estado a que isto chegou, num concurso para apurar futuros servidores da diplomacia portuguesa.

Desconhecemos se o ministro, para além da formalidade da anulação da prova, instruiu para que o teste a ser apresentado no dia 20, não seja tão anedótico e confrangedor como o anulado. É secundário saber de quem foi a autoria daquela peça, mas não é desprezível interrogarmo-nos sobre como é que é possível chamar-se Prova de Cultura Geral a essa manifestação de crise de inteligência, submetendo-se 2.649 jovens a uma tortura sem sentido urdida por gente ignara (ignorante não será) que reduz a enciclopédia à dimensão do Preço Certo.

1 comentário:

Anónimo disse...

De certeza que a maioria dos que por lá andam a pavonear-se nos corredores não acertevam nem em 10 quanto mais em 63.