20 junho 2013

Criatividade?

À falta de algo, empurrou-se para letra de forma a ideia de que os cortes orçamentais obrigaram as Necessidades "a puxar pela criatividade", pelo que, então, o MNE terá encontrado o ovo de Colombo inventando pioneiramente as embaixadas partilhadas. E até se lançou um termo para designar a arrumação dos diplomatas nessas circunstâncias - a "colocolaização"... Confrontado com este termo, até o gramático Pinto da Costa pensaria de que.

Mas onde está essa criatividade? A ideia de embaixadas partilhadas ou mesmo de embaixadas conjuntas, é uma ideia velha na UE, na saga de reforçar a imagem de uma ação política externa comum, ou na encenação de parcerias entre Estados membros, como por exemplo, a França de Zarkozi e a Espanha de Zapatero com uma embaixada conjunta em Timor-Leste. Há mais exemplos. Ideia velha também na área consular, por exemplo com o acordo formulado nesse sentido na CPLP mas que ficou praticamente no patamar da cooperação consular possível e aceite.

Mas uma coisa é uma embaixada ou conjunto, outra é a representação de um Estado ser mero hóspede da representação de outro - embaixadas ou consulados parasitas, com a reciprocidade a ficar nas intenções do alojado.

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