04 agosto 2013

Biografias, currículos, experiência...

Para se evitar conversa desnecessária, será aconselhável que a equipa política dirigente do MNE use um prazo razoável para a revisão dos currículos publicados na página oficial. Biografias e currículos de titulares de cargos públicos, designadamente para os que exercem funções de soberania e de representação do Estado por competência própria ou delegada, não são adono folclórico nem manifestações de pompa. Em democracia, dizer-se quem se é, o que se fez, o que se estudou, que experiência se tem, com que interesses se cruzou, que línguas fala e entende (importante designadamente no MNE) é uma condição de transparência, de credibilidade e de confiança nos governantes legítimos. Secundário será saber-se se tem filhos ou quantos filhos tem, se é casado ou não, se joga golfe ou ping-pong. Principal será, em todo o caso, a experiência - experiência política na matéria que o governante vai mexer, independentemente de mais Harvard, menos Harvard porque de Harvard está o mundo cheio e Portugal pode ser pobrezinho mas já não está assim tão provinciano e tem óculos.

E é assim que, olhando para as notas semi-biográficas, semi-curriculares dos atuais dirigente políticos do MNE, e caso não se ponha lá isso por folclore ou pompa, será aconselhável que, num prazo razoável isso seja revisto.

  • No caso da nota do ministro, que sejam colmatas as omissões sobre funções/interesses pelos visto legais e lícitos. Não haverão motivo para as omissões que, dada a polémica, equivalem a escondimentos. E muito menos omissão de que domina cinco línguas (Inglês, Francês, Alemão, Espanhol e Italiano).
  • No caso do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, que estudos e experiência tem em prática e cargos nas matéria de negócios estrangeiros e de cooperação, e que línguas fala, sendo o cargo que é. Direito informativo e publicidade podem dar até um Presidente da República mas são insuficientes para negócios estrangeiros e para cooperação que seja Cooperação e não apenas Corporação. 
  • No caso do secretário de Estado dos Assuntos Europeus, apresentado com uma curta nota biográfica aceitável para assessor em início de carreira política mas manifestamente àquem dos assuntos europeus no que diz respeito à capacidade de negociação, que alongue a nota se pode ser alongada porque o que lá está pode fazer um bom estado de secretário mas não um secretário de Estado e então dos Assuntos Europeus. Não se pode exigir a um cantor iniciante de flamengo que seja fadista acabado. 
  • No caso do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, falta também o essencial - as línguas. Pelo menos se fala francês quando vai ao Quebeque e inglês quando vai ao Ontário, e tanto melhor se fala castelhano quando vai à Venezuela. É que ele é das "comunidades portuguesas" para as representar e em nome delas negociar com as autoridades locais, sem intérpretes.
Esclareçam estas questões, e se forem esclarecidas, uma pedra sobre o assunto, como a imagem lá de cima documenta.

5 comentários:

Anónimo disse...

É mais que provável que não tenham transmitido ao senhor ministro Rui Machete o handicap de Campos Ferrira. E Belém também devia desconhecer...

Anónimo disse...

Bélem, Machete é tudo "gente" da mesma cepa (BPN). Campos Ferreira devia era ser delegado de propaganda médica para supositórios.
Foi cair no MNE. Se calhar, por ter, de algum modo, a ver com o mesmo "tema".

Anónimo disse...

Por acaso, até tinha piada o Campos Ferreira "dar um bigode" (sem qualquer piada à sua pilosidade por cima da boca!) e deixar obra feita nos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.

É muito pior se for arrogante ou ignorante nas matérias em que está incumbido do que não falar línguas porque os tradutores fizeram-se para isso.

Há um certo provincianismo da nossa parte ter que falar todas as línguas quando os outros se estão a marimbar para o português e esperam que nós os entendamos.

Anónimo disse...

Tanto ódio, tanto ressentimento neste blogue. Até contra Harvard, aparentemente.

Anónimo disse...

Pior que não falar línguas é a promiscuidade de Campos Ferreira enquanto presidente da comissão parlamentar do BPN. E o facto de Machete ter lá sido ouvido... Diz-me um passarinho que o SENEC sabe TUDO sobre o verdadeiro envolvimento de Machete com o BPN e que terá usado isso mesmo... De burro não tem nada ao contrário do que dizem à boca cheia no MNE!