Notas Verbais
Diplomacia portuguesa. Questões da política externa. Razões de estado. Motivos de relações internacionais.
11 abril 2017
10 abril 2017
Críticas a Guterres. Leviandade e omissão
Sherine Tadros, chefe do escritório da Amnistia Internacional junto da ONU há um ano, acusa o secretário-geral António Guterres de “completa inação” no caso do Iémen, de pouca assertividade na questão dos colonatos israelitas, e, na questão da Síria, considera que "está por ver como é que ele poderá ajudar a unir o Conselho de Segurança". Portanto, para Sherine Tadros, britânica de origem egípcia, Guterres é um desapontamento.
Desconhece-se se esta posição de alguma maneira reflete ou reporta a avaliação que a Amnistia Internacional faz do secretário-geral da ONU, ou se é mera opinião pessoal. Seja como for, os juízos de valor expostos por Sherine Tadros tocam a leviandade e a omissão. Leviandade porque centram no secretário-geral uma crise sem precedentes em que a ONU pode ficar mergulhada, em função do quadro internacional que as potências do veto traçam em função de interesses unilaterais. E omissão, porque a "união" do Conselho de Segurança não depende do secretário-geral mas, pelo que tem vindo a desenhar-se desde janeiro de 2017, decorre dos livres arbítrios sobretudo dos EUA, Rússia e China que os respetivos líderes protagonizam.
Não está em causa o passado profissional brilhante de Sherine Tadros como correspondente da Sky News e da Al Jazeera, nem está em causa o seu conhecimento do Médio Oriente e questões conexas. O que está em causa é a omissão e a leviandade da chefe do escritório da Amnistia Internacional, porquanto Trump e Putin estão a revelar-se um extra-programa preocupante seja qual for a composição do Conselho de Segurança, e gradualmente pondo em risco a Carta das Nações Unidas, fosse qual fosse o secretário-geral em funções. Desta vez, Sherine Tadros fez uma péssima reportagem, ao não ver as causas que partem de uma hostilidade quase militante ao multilateralismo, e, como se depreende, ao não querer ver os efeitos de uma procissão que ainda vai no adro mas que oxalá pare.
Desconhece-se se esta posição de alguma maneira reflete ou reporta a avaliação que a Amnistia Internacional faz do secretário-geral da ONU, ou se é mera opinião pessoal. Seja como for, os juízos de valor expostos por Sherine Tadros tocam a leviandade e a omissão. Leviandade porque centram no secretário-geral uma crise sem precedentes em que a ONU pode ficar mergulhada, em função do quadro internacional que as potências do veto traçam em função de interesses unilaterais. E omissão, porque a "união" do Conselho de Segurança não depende do secretário-geral mas, pelo que tem vindo a desenhar-se desde janeiro de 2017, decorre dos livres arbítrios sobretudo dos EUA, Rússia e China que os respetivos líderes protagonizam.
Não está em causa o passado profissional brilhante de Sherine Tadros como correspondente da Sky News e da Al Jazeera, nem está em causa o seu conhecimento do Médio Oriente e questões conexas. O que está em causa é a omissão e a leviandade da chefe do escritório da Amnistia Internacional, porquanto Trump e Putin estão a revelar-se um extra-programa preocupante seja qual for a composição do Conselho de Segurança, e gradualmente pondo em risco a Carta das Nações Unidas, fosse qual fosse o secretário-geral em funções. Desta vez, Sherine Tadros fez uma péssima reportagem, ao não ver as causas que partem de uma hostilidade quase militante ao multilateralismo, e, como se depreende, ao não querer ver os efeitos de uma procissão que ainda vai no adro mas que oxalá pare.
06 abril 2017
[Bartolomeu Passarinho* n.º ?] Regressa a figura da meia-noite
...
Nesta revisão geral das Notas Verbais, salva-se a personagem do Bartolomeu Passarinho, com a sua piada da meia-noite. Regressa de 9 (domingo) para 10. Há tanto passarão que um passarinho fica bem.
Nesta revisão geral das Notas Verbais, salva-se a personagem do Bartolomeu Passarinho, com a sua piada da meia-noite. Regressa de 9 (domingo) para 10. Há tanto passarão que um passarinho fica bem.
Notas Verbais. Atualizações e revisão
A coluna de informações úteis de Notas Verbais está a ser atualizada e revista. Levará algum tempo, dada a escassez de recrutamento da mão de obra incompensável, porque paciência há. Foi colocado um alerta de revisão junto de cada item, alerta que irá desaparecendo conforme os avanços da atualização.
Antes que o Brexit se brexite e haja brexitação
Embaixador britânico em Portugal, Kirsty Hayes, dá conselhos, faz advertências, lança alguns apelos, incute alguma calma, estabelece algum trabalho de casa. O texto é longo mas vale a pena perceber o lado de lá. Sim, o Brexit ainda vai dar no verbo brexitar.
Com a devida vénia,se transcreve
a matéria constante em Algarve Blog
Brexit for Brits in Portugal
The triggering of Article 50 on the 29th March is destined to be an historic day for both Britain and Europe. But what is it going to mean for Brits living in Portugal – or even for Brits wanting to travel and holiday here?
We attended an information evening held here in the Algarve hosted by the British Ambassador to Portugal, Kirsty Hayes, to try to find out some answers. The talk was one of a series hosted by the British Embassy in Portugal, ably assisted by their staff, including our own Vice Consul, Clive Jewell, who is based in the Consulate building here in Portimão:
In fairness to the Ambassador, there were obviously going to be a lot of areas of uncertainty, and questions which at this time she would not be able to answer fully; the triggering of Article 50 is going to be the starting point for a whole range of negotiations with both the EU as a whole, and countries in turn, including Portugal. It was however reassuring to meet the Ambassador and hear the current position of the British government in relation to their UK citizens abroad, and also to feel that our questions and concerns were both being heard and fed back to the UK.
What was also apparent, however, was just how many areas of negotiations and complications lie ahead for us all; the event allowed for questions to be raised in advance, and the sheer volume of different categories of interest to UK nationals living in Portugal became apparent as the talk began.
We have attempted to cover each area as best we can .. however please do not solely use this blog as your reference point .. there are several sites listed at the end of this article that will be of use to you as we progress forward – and much we are sure will change in the months ahead. We will of course try to keep you all updated.
04 abril 2017
Brexit chegou ao Parlamento
A propósito de Brexit, Augusto Santos Silva e Margarida Marques em audição na Comissão parlamentar dos Assuntos Europeus. Excelente, rigorosa intervenção do ministro, lúcida e consolidada prestação da secretária de Estado Margarida Marques, e os deputados não ficaram atrás nos papéis que lhes competiam, com destaque para Miguel Morgado (PSD), Isabel Pires (BE), Filipe Anacoreta Correia (CDS). Quanto a Vitalino Canas (PS), o esperado; e quanto a Miguel Tiago (PCP), numa transmissão aberta e para todo o País (Canal Parlamento), terá perdido a noção de que não estava numa reunião de militantes que ainda não terão percebido que o Comecon começou em 1949 e extinguiu-se em 1991. Deixou esta dúvida.
Augusto Santos Silva fez uma exposição num estilo mais britânico que um britânico poderia fazer: objetiva, agenda clara, sem punhos de renda mas irónico no momento preciso e, tal como sal nas comidas, q.q.b.. Acima de tudo, inspirando confiança. Poucos dos ministros que passaram pelo cadeirão das Necessidades, que nos recordemos, igualaram este "perfil" com que Augusto Santos Silva se revela.
Augusto Santos Silva fez uma exposição num estilo mais britânico que um britânico poderia fazer: objetiva, agenda clara, sem punhos de renda mas irónico no momento preciso e, tal como sal nas comidas, q.q.b.. Acima de tudo, inspirando confiança. Poucos dos ministros que passaram pelo cadeirão das Necessidades, que nos recordemos, igualaram este "perfil" com que Augusto Santos Silva se revela.
Barómetro Santos Silva, bem e muito bem...
Vale o que vale:
Santos Silva, até agora, como vai no geral?
Santos Silva, até agora, como vai no geral?
Muito bem | 47.37% | |||||
Bem | 36.84% | |||||
Sofrível | 5.26% | |||||
Mal | 0.00% | |||||
Péssimo | 10.53% |
04 fevereiro 2017
Trump ou não-Trump, eis a questão
O presidente dos EUA, Donald Trump entrou inusitadamente na cena internacional, provocando reações díspares no exterior do seu país - as do interior, compete aos norte-americanos. Desde logo, ligou em cadeia as antenas dos diversos nacionalismos exacerbados, avessos por doutrina a regimes democráticos e avessos aos movimentos de integração pacífica e acordada nos grandes espaços do planeta, concretamente da Europa e nesta, à cabeça, a União Europeia. É um facto que desequilibrou aquilo que se tem entendido por relações diplomáticas. Ao saudar pela forma como saudou o Brexit, meteu a foice em seara alheia; ao nomear para representante dos EUA junto da UE uma personalidade que, logo na primeira hora, declarou ser seu propósito fazer com a união construída por tratados o mesmo trabalho que fez para a dissolução da União Soviética, pôs em crise o entendimento que se tem tido sobre o papel de Washington num continente,a pesar de tudo, pacificado; ao hastear a bandeira de grandes combates no mundo sem ouvir os aliados e ao arrepio destes, designadamente a NATO, reentrou na senda dos polícias do mundo; ao achincalhar a Organização das Nações Unidas sem indicar que alternativa propõe para a convivência organizada dos povos, estados e nações, deixou sugerida uma sequela do que levou ao fim da Sociedade das Nações e um indício de ressurreição de quem, em nome da "liberdade dos alemães" apressou esse fim; e tudo o mais que, subindo ao noticiário quotidiano inesperadamente, vai causando apreensão e, sem dúvida, temor nas zonas do planeta que não querem uma nova Grande Guerra mundial e por causa disso mesmo recusam interpretações disfóricas sobre as causas do terrorismo organizado que não escolhe fronteiras.
E é assim que a diabolização de Trump ou do trumpismo começou a fazer caminho juntamente com a diabolização do que apareça como anti-Trump ou como anti-trumpismo, se é que Trump já tenha feito doutrina. Mas, mais grave, é a sugestão de que a espionagem e de quem a pode fazer, deve substituir a diplomacia, e que quem, podendo e devendo, a recusa fazer.
Ainda é cedo para se ter a certeza de que os EUA esgotaram o seu próprio escrutínio, mas sem delongas será aconselhável que as diplomacias estejam atentas e, em tempo de relativa paz, não se limitem a limpar as armas.
E é assim que a diabolização de Trump ou do trumpismo começou a fazer caminho juntamente com a diabolização do que apareça como anti-Trump ou como anti-trumpismo, se é que Trump já tenha feito doutrina. Mas, mais grave, é a sugestão de que a espionagem e de quem a pode fazer, deve substituir a diplomacia, e que quem, podendo e devendo, a recusa fazer.
Ainda é cedo para se ter a certeza de que os EUA esgotaram o seu próprio escrutínio, mas sem delongas será aconselhável que as diplomacias estejam atentas e, em tempo de relativa paz, não se limitem a limpar as armas.
02 fevereiro 2017
Página "Artigos Definidos", Recomeça
Ainda hoje retomaremos a página suplementar Artigos Definidos, parada desde outubro de 2015. Prosseguir-se-á o objetivo inicial: publicação de reflexões que não chegam ao plano nacional de leitura e que nem por isso devem ficar esquecidas...
Recorde-se que a frase fundadora dessa página pertence a Eduardo Lourenço: "Há apenas duas maneiras de conviver com o tempo: tomá-lo como realidade ou como ficção". Esta frase ganha particular significado nos dias de hoje em que a diplomacia é substituída tantas vezes por rajadas virtuais.
01 fevereiro 2017
Barómetro Santos Silva, até dia 10
Está retomado o habitual barómetro que vale o que vale. Trata-se por agora de uma avaliação global do desempenho do MNE Augusto Santos Silva. Oportunamente serão propostas, em separado, avaliações em matéria de política externa e quanto à gestão ou condução da "máquina" diplomática.
[Grande América - Ep. 1] Persona que entra a matar
O Parlamento Europeu insta a União Europeia a que Ted Malloch, nomeado por Donald Trump como embaixador em Bruxelas, seja declarado persona non grata, pelos seus recentes comentários contra o euro e sobre a continuidade da própria União Europeia.
Na semana passada, em entrevista para a BBC, Ted Malloch disse que o euro, como moeda única, "não só vai desaparecer, como tem um problema real e pode entrar em colapso no próximo ano, ano e meio." Além disso, Ted Malloch profetizou o desaparecimento da União: "Pessoalmente, eu não tenho tanta certeza de que haja uma União Europeia com que possamos negociar o livre comércio". E acrescentou que as próximas eleições na Holanda, França e Alemanha "poderão abalar os alicerces da União".
Na mesma entrevista, Malloch disse: "Eu estive anteriormente num posto diplomático onde ajudei a derrubar a União Soviética. Agora talvez haja outra união que precisa de um pouco de domesticação".
Na semana passada, em entrevista para a BBC, Ted Malloch disse que o euro, como moeda única, "não só vai desaparecer, como tem um problema real e pode entrar em colapso no próximo ano, ano e meio." Além disso, Ted Malloch profetizou o desaparecimento da União: "Pessoalmente, eu não tenho tanta certeza de que haja uma União Europeia com que possamos negociar o livre comércio". E acrescentou que as próximas eleições na Holanda, França e Alemanha "poderão abalar os alicerces da União".
Na mesma entrevista, Malloch disse: "Eu estive anteriormente num posto diplomático onde ajudei a derrubar a União Soviética. Agora talvez haja outra união que precisa de um pouco de domesticação".
31 janeiro 2017
Quem pode levar este recado ao Garcia?
Não chegará lá, mas em todo o caso alguém que advirta o inesperado presidente dos EUA que Arnold Toynbee, o historiador que serviu na diplomacia britânica durante as duas guerras mundiais e foi delegado na conferência de Paz de Paris (1919), avançou a ideia de que as civilizações morrem de suicídio, não de assassinato (neste caso, o galicismo é preferível a assassínio).
Breve telegrama, em tempo
O que Pedro Passos Coelho disse da Cimeira do Sul da Europa, apenas prova que Paulo Portas não o aconselha.
Brexit, como?
Brexit. Como? Está bem explicado aqui.
https://estudogeral.sib.uc.pt/jspui/bitstream/10316/18767/1/AFONSO%20PATR%C3%83O%20%28766589_1%29.PDF
https://estudogeral.sib.uc.pt/jspui/bitstream/10316/18767/1/AFONSO%20PATR%C3%83O%20%28766589_1%29.PDF
Chefe de Estado ou Estado de Chefe?
Pergunta cada vez mais pertinente: embaixadas dos Estados Unidos da América, ou embaixadas de Donald Trump? Na Europa, já uma vez se colocou esta questão de forma trágica, com os incautos a explicarem-se depois dizendo que não sabiam o que estava a acontecer.
14 janeiro 2017
[E sem qualquer vénia] Para registo, quanto a Soares
Visitava um país europeu, visita de Estado como Presidente da República. O embaixador de Portugal nesse país, declarado apoiante do regime derrubado em 74, não apareceu em nenhum local onde estava Soares. Pedida uma explicação para tal estranho comportamento de um embaixador, este declarou alto e em bom som: "Enquanto tivermos em Portugal um Presidente chamado Soares, eu não compareço em nenhum ato seja oficial ou não, seja eu também embaixador ou não". Depois perguntou-se igualmente a Soares se não achava estranha a ausência do embaixador na comitiva e nos atos oficiais. "Estranho é, fica com a consciência do senhor embaixador", respondeu.
O embaixador teve essa consciência o tempo suficiente para perceber que Soares era avesso à represália mesmo que esta viesse pela lógica da disciplina. Ficou por saber-se é se essa consciência percebeu a tempo o valor da tolerância.
O embaixador teve essa consciência o tempo suficiente para perceber que Soares era avesso à represália mesmo que esta viesse pela lógica da disciplina. Ficou por saber-se é se essa consciência percebeu a tempo o valor da tolerância.
[Com a devida vénia] Dois sublinhados ou lembretes do embaixador Francisco Seixas da Costa. Sobre Soares.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
Diplomacia
Publicado por Francisco Seixas da Costa à(s) 02:25
Diplomacia
Agora que Mário Soares partiu, gostava de deixar dois sublinhados e uma nota, no tocante à diplomacia portuguesa.
O primeiro para sublinhar que o Ministério dos Negócios Estrangeiros lhe ficou a dever uma atitude de grande sentido de Estado, quando, em 1974, assumiu a pasta de ministro dos Negócios Estrangeiros. Perante algumas vozes que, à época, defendiam o saneamento de grande parte dos quadros diplomáticos, que disciplinadamente tinham servido a política do governo precedente, Soares teve o bom senso e a prudência de tratar esse assunto com elevado sentido de medida e de justiça. A "carreira" retribuiu-lhe e provou, no novo Portugal democrático, que tinha um sentido profissional muito elevado.
O segundo sublinhado é para destacar algo que raramente é mencionado. Foi Mário Soares quem, durante o seu tempo como ministro dos Negócios Estrangeiros, abriu a carreira diplomática às mulheres, que até aí estavam anacronicamente impedidas de exercer tais funções. O primeiro concurso em que entraram mulheres (o mesmo em que eu também acedi ao MNE) teve lugar em 1975.
A nota tem a ver com a despedida de Mário Soares. Foi o Protocolo de Estado, sedeado no ministério dos Negócios Estrangeiros, quem teve a responsabilidade essencial na organização dos funerais de Estado do antigo presidente. Para quem esteve atento, tratou-se de um trabalho impecável, rigoroso, feito com grande eficácia, onde a necessária solenidade nem por um momento foi tocada por qualquer gongorismo formal excessivo. Quase quatro décadas da "casa" ensinaram-me bem o que são as dificuldades de uma tarefa desta dimensão, em que nenhuma falha seria perdoada e teria uma visibilidade ímpar. Por isso, como diplomata, senti-me orgulhoso pelo trabalho levado a cabo pelos meus colegas, naturalmente associados a outros atores oficiais e privados imprescindíveis. Uma especial palavra é assim devida ao embaixador António Almeida Lima, chefe daquela excelente "orquestra".
Publicado por Francisco Seixas da Costa à(s) 02:25
13 janeiro 2017
Novo edifício Europa com caixilhos de demolições na fachada
Podia ser um dia festivo, emblemático, um dia de bom presságio. Nesta segunda-feira (16 de janeiro, pelas 9:30), o novo edifício Europa começa a ser usado para a sua finalidade: sede principal do Conselho Europeu e do Conselho da União Europeia, entidades cujas designações começam logo por gerar confusões, não só com o Conselho da Europa que é instituição diferente, mas sobretudo porque é preciso no mínimo um mestrado para se perceber qual a razão porque o Conselho da União Europeia não é Conselho Europeu e este aquele. Enfim, está feito e a imagem do novo edifício Europa vai correr mundo infelizmente no momento em a Europa recua às suas piores velharias.
Este Conselho que, como tal, vai ser o inaugural do edifício, cumpre a reunião n.º 3.513 dos Negócios Estrangeiros, e porque está o 13, quer Federica Mogherini, Alta Representante da UE para os Devidos Efeitos e para as já Duvidosas Causas, quer os ministros conselheiros porque são do conselho, devem entrar com os dedos cruzados ou a fazer figa. Augusto Santos Silve prepare-se e tenha em conta que o fazer figas, em países de língua inglesa, é uma brincadeira infantil com se simula arrancar o nariz de uma criança, e não como em Portugal que é símbolo dos desejos de boa sorte.
Enfim. O edifício Europa está feito embora a Europa esteja longe de se fazer, para mais não se dizer ao contrário. A partir de agora vai acolher as cimeiras da UE (a primeira deste semestre já lá será), as cimeiras multilaterais e reuniões ministeriais, vai albergar gabinetes das delegações nacionais assim como o gabinete do Presidente do Conselho Europeu, ao todo 250 gabinetes e 3.750 janelas.
O edifício foi decidido vai para 12 anos em função do alargamento e não da redução da UE e foi concebido por um consórcio de arquitetos da Bélgica, Itália e… do Reino Unido.
Nesta concepção, agora concretizada em pleno, há um elemento que em 2004 estava longe de poder ser entendido como premonitório, como em 2017 pode ser e oxalá não seja. É que a fachada da Europa é composta por caixilhos de janelas de madeira restaurados, provenientes de obras de renovação ou demolição de todos os países da UE… Lá estão caixilhos de Portugal e bem se espera que a Espanha não tenha enviado caixilhos de Almaraz, mas algum caixilho de algum moinho bem conhecido de Sancho Pança.
Quanto a edifício, temos Europa. Falta o essencial. E o essencial não depende de consórcios.
12 janeiro 2017
10 dezembro 2015
[Bartolomeu Passarinho* 10] A história repete-se
Na verdade, sempre que uma mudança provoca medo, as caras de alguns diplomatas ficam tal e qual as fotografias do passaporte.
09 dezembro 2015
BARÓMETRO/NV? Recomeça, dia 15 (terça)
O nosso BARÓMETRO é retomado neste próximo dia 15 (terça.feira), Vale o que vale, como é sabido, mas, por acaso, os resultados têm apresentado uma margem mínima de erro...
Cada consulta manter-se-á por 15 dias.
A primeira pergunta incidirá sobre as saudades que os dois ministros, entre 2011 e 2015 (Paulo Portas e Rui Machete), deixaram nas Necessidades: muitas, poucas, ou nenhumas.
Cada consulta manter-se-á por 15 dias.
A primeira pergunta incidirá sobre as saudades que os dois ministros, entre 2011 e 2015 (Paulo Portas e Rui Machete), deixaram nas Necessidades: muitas, poucas, ou nenhumas.
O "posto" de chefe de gabinete...
Nada temos contra um "chefe de gabinete" ser escolhido de entre diplomatas acabados, principiantes ou em rodagem avançada. Nada a opor a que um "chefe de gabinete" nas Necessidades seja alguém "de fora" da Casa. O mesmo quanto a adjuntos, assessores. Já será estranha essa espécie de "tradição" uma chefia de gabinete como etapa de qualificação a ter em conta incontornavelmente quanto a progressão da carreira, como se, hipoteticamente, alguém entrasse adido e tivesse que sair embaixador nomeado para posto de primeira. Chefe de gabinete é um acidente, não é substância.
Na verdade temos assistido a casos em que se salta de chefe de gabinete aqui para chefe de gabinete acolá, e, quanto menos se espera, o chefe saltitão, sem grande experiência em posto (muito menos, serviço e sacrifício...) aparece como embaixador nomeado, não apenas por confiança política (o que é aceitável e até um bom pretexto), mas sobretudo por confiança pessoal, amizade seletiva ou mesmo por retribuição de favor prestado. Esta nota negativa pode ficar acentuada nos casos em que o chefe saltita com molas de agente duplo - um rosto hoje, amanhã outro conforme a conveniência mas nunca conforme a coerência, e, mais grave, sem se passar pelo chamado período de nojo..
O certo é que já é regra entender-se que é pelas funções de chefe de gabinete que um diplomata "sobe depressa", o que não está certo, quer em função da exigível transparência e dignidade da carreira diplomática, quer em função da imagem que um diplomata tem a responsabilidade de inculcar.
Na verdade temos assistido a casos em que se salta de chefe de gabinete aqui para chefe de gabinete acolá, e, quanto menos se espera, o chefe saltitão, sem grande experiência em posto (muito menos, serviço e sacrifício...) aparece como embaixador nomeado, não apenas por confiança política (o que é aceitável e até um bom pretexto), mas sobretudo por confiança pessoal, amizade seletiva ou mesmo por retribuição de favor prestado. Esta nota negativa pode ficar acentuada nos casos em que o chefe saltita com molas de agente duplo - um rosto hoje, amanhã outro conforme a conveniência mas nunca conforme a coerência, e, mais grave, sem se passar pelo chamado período de nojo..
O certo é que já é regra entender-se que é pelas funções de chefe de gabinete que um diplomata "sobe depressa", o que não está certo, quer em função da exigível transparência e dignidade da carreira diplomática, quer em função da imagem que um diplomata tem a responsabilidade de inculcar.
07 dezembro 2015
Carreira Diplomática. Os 25 que entram
Por ordem decrescente, terminado concurso de acesso à carreira, são estes os 25 que entram nas Necessidades, na categoria de adidos de embaixada:
- Pedro
Lages dos Santos
- Paulo
Aguiar Barcelos
- Tiago
Maurício
- Miguel
de Castro Mendes
- José Rodrigues de Almeida
- Pedro
Solano de Almeida
- Vitorino
Gomes Oliveira
- Ricardo
Dias Bastos
- Sebastião
Barros e Silva
- Emanuel
Bernardes Joaquim
- José
Rui da Silva
- Diogo
Sousa e Alvim
- Tomás
Asch de Azevedo
- Joana
Silva de Vasconcelos
- Pedro
da Fonseca Ribeiro
- Jorge
Longa Marques
- Ricardo
Alves
- Joana
Almeida Marinho
- João
Ciotta Neves
- Marta
Isabel Silva Lopes
- Francisco
Calheiros e Menezes
- Gustavo
Martins Gravelho
- João
Gil de Freitas
- Abel
Xavier Madureira
- Vicente Souza Brandão
Eleições na Associação dos Diplomatas. Hoje, prazo para listas
Termina hoje (dia 7) o prazo para apresentação de listas de candidaturas para os corpos sociais da Associação dos Diplomatas (Assembleia Geral, Conselho Diretivo e Conselho Fiscal). Está convocada para dia 16 de dezembro (18:00, na Sala das Conferências de Imprensa das Necessidades) uma Assembleia Geral Extraordinária para o ato eleitoral.
06 dezembro 2015
Mais um esforçozito, rapaziada...
Depois do briefing, lá a rapaziada conseguiu na sexta-feira, colocar no site oficial do MNE, as fotos de Margarida Marques e de Jorge Costa Oliveira. Com aquela cabeleira que parece uma vassoura, continua a sombra de Teresa Ribeiro... Mais um esforçozito, rapaziada! Esta segunda-feira deve bastar para encontrar a secretária de Estado.
ASDP e STCDE
Dois registos muito positivos:
1 - O site oficial da Associação dos Diplomatas (ASDP) na Internet, está excelente: atualizado com matéria útil, sóbrio, Embora a página reportada à "Carreira Diplomática" esteja vazia, o que é pena podendo ser um instrumento para reposição da dignidade da imagem da Carreira dentro desta, dentro do Ministério e de algum modo junto da parte interessada da Sociedade. Mas, como está, é já um grande passo. Parabéns ao embaixador Manuel Marcelo Curto, presidente da ASDP e à equipa que o rodeou nestes meses. Na página links de Imprensa, o que não se percebe é que o link para o jornal "O Independente" nos leve à página de... "O Canalizador Independente" oferecendo serviços de desentupimentos domésticos... Vamos lá, um esforçozinho que o ministro mudou irrevogavelmente.
2 - Também das bandas do Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas no Estrangeiro (STCDE), melhoria também: melhor arrumação das matérias quer informativas quer de apoio. Além disso, boa asa complementar com a página criada no Facebook. Na página de destaques, a janela de destaques em passadeira rolante, poderia ser maior - pequeno toque que se imporá, Já agora, obrigado por se incluir as Notas Verbais nos links da Imprensa.
1 - O site oficial da Associação dos Diplomatas (ASDP) na Internet, está excelente: atualizado com matéria útil, sóbrio, Embora a página reportada à "Carreira Diplomática" esteja vazia, o que é pena podendo ser um instrumento para reposição da dignidade da imagem da Carreira dentro desta, dentro do Ministério e de algum modo junto da parte interessada da Sociedade. Mas, como está, é já um grande passo. Parabéns ao embaixador Manuel Marcelo Curto, presidente da ASDP e à equipa que o rodeou nestes meses. Na página links de Imprensa, o que não se percebe é que o link para o jornal "O Independente" nos leve à página de... "O Canalizador Independente" oferecendo serviços de desentupimentos domésticos... Vamos lá, um esforçozinho que o ministro mudou irrevogavelmente.
2 - Também das bandas do Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas no Estrangeiro (STCDE), melhoria também: melhor arrumação das matérias quer informativas quer de apoio. Além disso, boa asa complementar com a página criada no Facebook. Na página de destaques, a janela de destaques em passadeira rolante, poderia ser maior - pequeno toque que se imporá, Já agora, obrigado por se incluir as Notas Verbais nos links da Imprensa.
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