1. Pedro Lynce demitiu-se «mesmo que o erro seja de baixo», como disse, mas ninguém de baixo se demitiu, apesar do ex-ministro ter dito isto mesmo: erro e de baixo.
2. Martins da Cruz, afinal, apresentou uma primeira demissão na mesma Quinta-feira de Pedro Lynce, só que Durão Barroso aceitou a deste e não a daquele, sendo amplamente publicitada a demissão do segundo que apontou o dedo para baixo, e ocultada a recusa para o primeiro que também não deixou de dizer o que em baixo fizeram.
3. E quando se fica a saber, por comunicado oficial, que José Cesário (abaixo de Martins da Cruz) foi o responsável pela apresentação em Conselho de Secretários de Estado da proposta «sugerida pelos serviços do MNE» para alterar o regime especial de ingresso no Ensino Superior e que originou a polémica do alegado favorecimento, Martins da Cruz, na sua Terça-feira de todas as semanas, pede pela segunda vez a demissão (ou «foi demitido», segundo o insuspeito Luís Delgado) que é aceite. Nem os «serviços do MNE», despromovidos ao grau de pau para toda a obra, reagem em nome da dignidade da Carreira Diplomática!
4. Mas, apesar de também se ficar a saber apenas na Terça, que Martins da Cruz mandara, no final de Julho, retirar a proposta de José Cesário quando o ex-ministro, ausente das Necessidades por férias, dela tomou conhecimento por via telefónica, o secretário de Estado é reconduzido para retomat posse na Quinta, como se a «fragilidade política» em que o ex-MNE ficou, tivesse provocado o «fortalecimento» do secretário de Estado…
NV quase já estão a dar razão a José António Saraiva: Martins da Cruz não devia ter-se demitido - nem uma, nem duas vezes - mesmo que Luís Delgado prefira outra expressão para a segunda demissão e se desconheça o que ambos reservarão para José Cesário nesta vinha vindimada. Complicado.
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