28 outubro 2003

Teresa Gouveia, quem avisa amigo é! O caso da embaixadora Maria do Carmo Allegro

A embaixadora Maria do Carmo Allegro, que não é uma daquelas diplomatas que usa o espalhafato como expediente de afirmação pública, não passou procuração a NV, nem é fonte (descansem os legionários que andam à procura das fontes de NV…), mas é figura central de nova e triste novela no Palácio das Necessidades. Daí que NV tratem do assunto de imediato.

Primeiro, um alerta: Atenção Teresa Gouveia! A sua primeira decisão em matéria de pessoal dirigente será afastar a primeira Embaixadora da carreira?

Segundo, a história, os meandros da história:

  • O que está em causa: o Secretário-Geral, Rocha Páris, estará prestes a conseguir com Teresa Gouveia aquilo que nunca conseguiu com Martins da Cruz: ver-se livre da sua Secretária-Geral Adjunta, Maria do Carmo Allegro.

    Maria do Carmo Allegro foi a primeira diplomata a chefiar uma embaixada, em Windoek, na Namíbia, para onde foi nomeada por Jaime Gama. Martins da Cruz convidou-a a regressar a Lisboa, para o lugar de Secretário-Geral Adjunto, mas a relação com Rocha Páris nunca foi muito fácil.

    A nova Secretária-Geral cedo se revoltou contra discricionaridades e arbítrios cometidos no Conselho Diplomático (órgão institucional que promove e coloca diplomatas), chefiado por Rocha Páris, onde tinha assento por direito próprio, por voto dos seus colegas Ministros Plenipotenciários. Como reacção, Páris «congelou-a» progressivamente nas suas funções, desde há vários meses, dando-lhe escassas tarefas.

    Mais recentemente, Martins da Cruz decidiu nomeá-la Embaixadora em Malta... mas com residência em Lisboa, o que facilmente permitia que continuasse como Secretária-Geral Adjunta, tanto mais que o novo cargo dificilmente justifica um trabalho em full time... especialmente em Lisboa.

    Na conjuntura, Páris foi hábil e oportuno, aproveitando este tempo de transição para se ver livre da sua Adjunta e terá já convencido Teresa Gouveia da bondade desta decisão.

  • Se se confirmar este primeiro «saneamento» da era Gouveia, e logo de uma Mulher, prevê-se uma onda de revolta na ala feminina da Carreira Diplomática, sector cada vez mais importante na Casa e que, por certo, estará longe de pensar ser flagrantemente prejudicado pela primeira Mulher que exerce o cargo de MNE, com Manuela Franco, outra antiga colega, como Secretária de Estado.

  • Por isso NV tem de alertar: atenção, Teresa Gouveia! Sondagem de NV, é mera sondagem...
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