Alerta Portugal-e-Espanha para uma coisa apenas anunciada: o Fotógrafo Oficial. Sim é verdade – Fotógrafo Oficial existe mas não passa de anúncio, prometendo o autor «imagens diplomáticas que podem dar que pensar». Rigorosamente mais nada. E nem explica que «imagens». Fotografias de diplomatas? Retratos a carvão, sanguínea ou a óleo que impliquem diplomatas? Bem, alguns desenham e de entre os que desenham, há até alguns artistas cujos traços ou cores não só podem ilustrar os lobbies das Necessidades tão bem descritos no 3,14-3,14 Room, como serviriam também para arregalar os olhos de algum psicanalista interessado em investigar como os favores de Estado hipnotizam esse colectivo que se desfaz em prazeres artísticos e a que poderemos chamar, com inteira propriedade, prazeres de rectaguarda diplomática. Se o Fotógrafo Oficial se devotar à divulgação desses desenhos, óleos ou aguarelas – enfim, material para sessão de divã – será sem dúvida um serviço patriótico que prestará, porquanto será grande injustiça divina que algum genial artista se perca na pessoa de um razoável ou, pior ainda, na pessoa de um mau diplomata. E se não for isto, querendo o autor divulgar apenas fotografias «diplomáticas», documentos retidos algures, outrora na câmara escura ou agora, aqui ou ali, com as manigâncias das máquinas digitais, mas sempre sobre situações claras? Bem, então, não deixará de ser também um serviço patriótico, caso ele disponha de algum arquivo que dê que pensar.
NV aguardam que o Fotógrafo Oficial faça prova de vida, como diz a terceira idade na disponilidade à segunda que, se não for artista, não é promovida. Mas para já, começou com algum humor citando aquele alegada obra de autor cujo nome sugere o comboio de alta velocidade dos últimos ministros das Necessidades. O que é já uma boa imagem porque foi um comboio que Jorge Ritto viajou como fogueiro. Não foi 3,14 3,14 Room?
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