Segue reprodução do misterioso papel:
SETPS
TRANCRIÇÃO
Teresa Gouveia - Está lá?
Martins da Cruz - Olá, Teresa, bom dia, vejo que trabalha no feriado ! Como tem passado a nossa Ministra?
TG - Bem, António, e você, tem descansado nas suas férias?
MC - Assim, assim. Mas, ó Teresa, a razão por que lhe telefono é para felicitá-la pelo excelente resultado que obteve na sondagem lançada por 'Notas Verbais'. É realmente notável, após algumas semanas, verificar a sabedoria do eleitorado ao dar-lhe mais de 40% dos votos, considerando-a a melhor Ministros dos Negócios Estrangeiros. Parabéns! E é bem merecido!
TG - Ó António, não seja irónico. É evidente que este voto em mim deve ser visto, em primeiro lugar, como uma simples esperança naquilo que poderei fazer e, muito menos, como uma avaliação do pouco que entretanto possa já ter feito.
MC - Não desvalorize, Teresa, já fez muito.
TG - Mas você, António, também não deve ficar desiludido com o seu resultado. Depois de tudo o que se passou, ele até acaba por ser honroso e mostra que a generalidade do país não o esqueceu.
MC - A generalidade do país ? Que quer dizer com isso ?
TG - Como você sabe, naquela sondagem não votaram só os diplomatas. Qualquer pessoa com um computador - a sua família, amigos seus - poderia ter votado e não deixa de ser significativo que tenha havido esse número considerável de 20 pessoas, por todo o país, que o tenham eleito como o melhor Ministro. Isto quer dizer que a sua imagem está a recuperar. Sempre são 2,7 %, é melhor do que o Guerra Madaleno obteve nas eleições de ontem do nosso Benfica.
MC - Ó Teresa, agora sou eu que eu lhe peço para não ser irónica! O que você quer dizer é que há alguns diplomatas que não me esqueceram.
TG - Não o esqueceram, não, mas não no sentido em que você pensa. Desde que estou aqui no Ministério não me consta haver qualquer diplomata que tenha dado mostras de saudades da sua passagem por este gabinete e, pode crer, muito do voto em mim foi também um voto contra si. Por isso, os 20 votos que você recolheu, se podem parecer pouco, acabam por ser uma apreciável consagração nacional. Mas, olhe, António, tenho de desligar já, está o Zé Manel na linha directa do Governo. Um destes dias almoçamos, tá bem? Num restaurante que você goste. Pode ser no Porcão? Beijinhos.
MC - Ó Teresa, mas que diabo.
(interrupção da chamada)
//FIM DE TRANSCRIÇÃO// env SETPS dd 56743 : QL/01
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