Possivelmente, o embaixador Ribeiro de Menezes já terá feito chegar ao portátil de Manuela Franco o gáudio que percorre o Estado da Santa Sé. É que feito o balanço de 2003, o Vaticano dá conta de 22 milhões de acessos à página oficial da Sala Stampa o que dá uma média de 59.667 consultas por dia, provenientes de todos os lados do mundo. O gáudio é de tal ordem que a diplomacia papal que muita gente suporia com séculos de atraso, manipulada por botas de elástico e com aversão à web pela preferência do cheiro a velas, eis que proclama urbi et orbi: «A Internet do Vaticano tornou-se em absoluto no primeiro meio de transmissão das informações da Sala Stampa sobre a actividade do Santo Padre e da Santa Sé».
Possivelmente, o embaixador Ribeiro de Menezes também terá transmitido que o Vaticano no meio dessa euforia pela nova versão dos céus, nem se deu conta pelo severo castigo da omissão que aplicou à língua portuguesa, ou por inadvertência ou com justificação. Vai daí, traçou o quadro em que a língua que o Papa tem usado em Fátima foi remetida nitidamente para um limo penitencial, descrevendo que aos serviços de informação do Vaticano aderiram 15.916 subscritores, dos quais 54,66 por cento optaram pela língua inglesa, 28,34 pelo espanhol, apenas 8,46 pelo francês e mais ou menos o mesmo (8,54) pelo italiano. O português não conta porque a Sala Stampa também não faz informação em português muito embora para lá se entre em português, facto que aparentemente não é pecado.
Resta dizer que um Cardeal da Cúria que por ser de Viseu, sabe-se, todos os dias acede à página oficial do Palácio das Necessidades acaba de confessar a NV: «Todos os dias cometo esse pecado».
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