E fez também bem evocar a proposta apresentada por Durão Barroso na Assembleia Geral da ONU, para a criação de uma comissão para a paz e desenvolvimento, com o objectivo de tratar em conjunto as causas da proliferação dos conflitos, sob mandato do Conselho de Segurança e do Conselho Económico e Social (ECOSOC) e trabalhando em estreita ligação com as instituições de Bretton Woods.
Fez as duas coisas bem, como lhe competia. As diplomacias concorrentes da nossa deixam-nos campo livre nas matérias éticas ou perto da ética e não mais ou pouco mais, além de que, em matéria de aprovação de comissões, os países têm a vocação do consenso, aí teremos quase garantida a aprovação por consenso para mais uma comissão para a montanha de comissões da onu. Será mais uma.
Todavia, além desse discurso do bom compatamento e que não debita qualquer novidade a Número Dois falou do Haiti em termos vagos e de Timor-Leste em termos concretos para a renovação da presença da ONU no territórioo que também não é nem novo nem novidade.
Enfim, citou o Haiti!
Mas,
A nossa diplomacia continua com o discurso banalmente bonito, de recapitulação reverente e cumprimento cinzento de agenda, mas sem golpe de asa, sem coragem e sem uma ideia que marque.
A nossa Número Dois deve ter notado, por exemplo, que a homóloga Sueca da nossa Número Um, Lai Freivalds, não teve papas na língua em denunciar as violações dos direitos humanos no Zimbabwé, na China, no Irão, nos territórios ocupados, na Síria, em Cuba (oh! como Havana de imediato protestou!), na Chechénia, na Bielorússia e no contexto do conflito entre israelitas e palestinianos. Que se referiu aos progressos na igualdade dês exos e direitos da mulher em Marrocos, no Ruanda e na Nigéria. Basta.
A nossa Número Dois deve ter notado que outra homóloga europeia da nossa Número Um, a MNE austríaca Benita Ferrero-Waldner, denunciou as violações dos direitos das mulheres como das mais graves no mundo de hoje, insurgindo-se, alto e bom som, contra a aplicação da pena de morte por lapidação a mulheres que tenham um filho fora do casamento. Deve ter notado que a MNE austríaca, em vez de comissões, convidou os governos a assinar e a ratificar o protocolo adicional à Convenção sobre a Criminalidade Organizada à escala Transnacional… Basta.
Basta.
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