29 abril 2004

Do mérito pessoal de João Aguiar Machado à diabolização de Martins da Cruz... pelas Necessidades!

Ponto 1 – A ascensão de João Aguiar Machado ao patamar de Director A2 na Direcção-Geral do Comércio da Comissão Europeia, é exclusivo mérito do próprio e de mais ninguém.

A subida de João Aguiar Machado resultou de concurso, não resultou do facto de ele ser português, nem de qualquer pressão política discreta, nem de qualquer procedimento exitoso do Palácio das Necessidades.

O ganhador poderia ter sido um grego, um espanhol, um francês, um irlandês... mas foi João Aguiar Machado, funcionário da Comissão desde 1986 e que passará a ser responsável pelas melindrosas matérias da Organização Mundial do Comércio, além dos dossiers das relações comerciais bilaterais.

Actualmente, com João Aguiar Machado estão nove portugueses como funcionários na categoria A2 e quatro na categoria A1, o que continua a ser muito pouco, para não falar do patamar dos directores-gerais onde Portugal perdeu terreno devido à politização das indigitações. NV já descreveram as causas e os efeitos das mal amanhadas «politizações» dos cargos comunitários por Lisboa, dose que não vamos repetir,a não ser que Sevinate Pinto e Eduarda Azevedo nos permitam...

Ponto 2 – Mas também se fica a saber agora que nos quatro concursos externos abertos pela União Europeia para ingresso nos quadros de pessoal das áreas da Investigação, Agricultura, Pescas e Ambiente, 23 portugueses foram aprovados, constando nas listas de reserva de Bruxelas – 4 nas Pescas, 3 no Ambiente 3, 9 na Agricultura e 7 na Investigação.

O Palácio das Necessidades assinala hoje mesmo, e bem, este facto, mas só lhe fica mal em prosseguir com a cultura das omissões.

Diz a Casa de Teresa Gouveia que «por iniciativa do Ministério dos Negócios Estrangeiros, e pela primeira vez em Portugal, foram efectuadas acções de preparação prévias e específicas para as diversas fases de cada um dos concursos» pelo que resultou daqui que «dos 23 candidatos aprovados, 19 efectuaram as acções de formação organizadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros».

O multiplicador de notícias incauto será levado a concluir que Teresa Gouveia fez alguma coisa pela primeira vez, enfim, aí temos Ministra!

Mas não é assim: NV com a independência que legitimamente podem invocar, têm que dizer e sublinhar que a iniciativa foi de Martins da Cruz e que foi Martins da Cruz que se empenhou no caso e bem.

Uma coisa é a crítica legítima em Democracia (quem o afirma!) e outra é a diabolização e a omissão cultivada. Isto é que não se pode aceitar. Doa a quem doer. Martins é Martins e Teresa é Teresa.

Pois, quanto a concursos, voltaremos à questão, tal como, aí um dia, falaremos dos «sucessivos apagamentos do MNE anterior pelo MNE seguinte»...

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