Ao longo de todos estes anos de Democracia e em que, de alto a baixo, se tem reclamado transparência nos procedimentos e rigor nos critérios, o historial das propostas e nomeações dos Embaixadores de Portugal está recheado de exemplos nada abonatórios.
A interferência de simpatias e influências pessoais tem sido inequívoca em bastantes casos; a pressão competitiva entre os decisores que partilham em exclusivo o processo (Governo e Presidente da República) tem tornado amiúde incontornáveis algumas escolhas, à custa de compensações que se revelaram longe de manifestos interesses e dignas razões do Estado; de resto, a lassidão e uma quase tácita ou conveniente falta de firmeza da Inspecção Diplomática e Consular do MNE faz os preparos com anos de antecedência, havendo também casos em que a iniciativa de inquirição é apenas ditada por razões pessoais.
Daí que, pensam muitos,o Parlamento deveria, de alguma forma e em algum momento, estar associado ao escrutínio desse processo cujo primeiro vício é o de provocadamente implicar «pacotes», a pacotes demasiado pesados ou, talvez melhor, intencionalmente pesados.
A Carreira Diplomática sabe do que estamos a falar. Matéria a desenvolver.
Sem comentários:
Enviar um comentário