06 maio 2004

Teresa Gouveia. A arte do abstracto.

E por entre tudo o que, hoje, Teresa Gouveia tem dito em Dublin e faz parte do denominador comum da UE que pouco mais tem feito do que arrastar a asa na questão do Médio Oriente (numa diplomacia de receio perante israelitas e palestinianos, a que ingloriamente chama de neutralidade), devemos recortar, enfim, a forma como a Ministra se referiu à ajuda portuguesa destinada a projectos palestinianos. Essa forma caracteriza-a.

O que diz a Ministra? Que há «necessidade de redefinir» a aplicação dos dinheiros doados por Lisboa (pelo IPAD para educação, construção de residências de estudantes e bolsas de estudo, além de uns dois mil dólares anuais para a agência da ONU para os refugiados). E além daquela «necessidade de redefinir», Teresa Gouveia deu alvitre para «uma cooperação mais estruturada para que os dinheiros sejam eficazmente aplicados».

Dificilmente se pode discordar do que Teresa Gouveia vai dizendo porque do abstracto nunca se discorda nem jamais se lhe deve negar homenagem. É regra básica da diplomacia.

Mas, então, Presidente do IPAD, Luís de Almeida Sampaio, Vossa Excelência não está a estruturar e não está a aplicar com eficácia?

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