08 julho 2004

Briefing da Uma. Thomas Klestil, Importâncias, Israel e os melões.

Briefing da Uma. Como disse e bem o primeiro-ministro do Luxemburgo ao recusar Bruxelas, «temos um compromisso com o eleitorado»...

1 – Thomas Klestil
2 –O cargo de presidente da Comissão é importante para Portugal?
3 – Portugal, Irão e Israel
4 – Os melões

1 – (Morreu o Chefe de Estado da Áustria, Thomas Klestil. Há alguma nota oficial portuguesa?) - «Até agora – 13:50 – pelo menos, não temos conhecimento de qualquer nota oficial de condolências que em princípio poderia e deveria ter sido emitida ontem e os jornais portugueses que dão hoje conta das mensagens endereçadas a Viena, não referem qualquer iniciativa de Lisboa. Romano Prodi, por exemplo não perdeu a oportunidade mas o presidente indigitado da Comissão e seu provável sucessor José Manuel até agora nada disse embora se admita que vá ao enterro».

2 – (Por ter sido atribuído ao português José Manuel, o cargo de presidente da Comissão Europeia é importante para Portugal?) - «Esse cargo é tão importante para Portugal como para cada um dos restantes 24 Estados membros. Por assim dizer, tem um mero papel de árbitro por entre a vasta e pesada máquina de comissários e, como árbitro, fica paradoxalmente muito limitado para apreciar as faltas e conceder a lei da vantagem ou benefícios ao seu país de origem… Para se afirmar como insuspeito ser-lhe-á mais fácil beneficiar o infractor estrangeiro ou os infractores estrangeiros que de resto o empurraram e suportam. Foi o que aconteceu com Prodi que entrou atado e atado sai em matéria de decisões. Já o mesmo não se pode afirmar quanto ao falar. E quanto a falas, Eça de Queirós disse tudo a propósito do loquaz barbeiro. E a Europa precisa naturalmente de loquacidade para salvar as aparências. Mais importante é o responsável europeu pela chamada Política Externa e de Segurança Comum e a Espanha, nisso, depois de Aznar ter entrado em período de nojo político, jogou forte. Não foi em cortes de cabelo.»

3 – (Pode dizer qual a posição de Portugal sobre a rejeição por Israel dos apelos de Baradei em matéria de proliferação nuclear alegando o programa de Teerão?) - «Essa é uma matéria sobre a qual a Ministra Teresa Gouveia ou, por algum embaraço desta, a Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros Manuela Franco poderia dizer alguma coisa substantiva se a política externa portuguesa fosse substantiva. Nada mais temos a acrescentar. Nisto, convenhamos, Martins da Cruz nunca teve duas palavras e muito menos se refugiava no silêncio. Manuela Franco sobre as questões de Israel até faz lembrar Guterres na questão do aborto – um assunto da reserva de consciência o que em diplomacia tanto pode ser uma jovial pose de gestão como de desastre.»

4 – (Rocha de Matos, presidente da AIP, afirma que a gestão 'é como os melões – só sabemos o que está lá dentro quando os abrimos'. Aplica-se a diplomacia económica?) - «O senhor Rocha de Matos fala naturalmente do que sabe, não sendo novidade para ninguém que Portugal está cheio de melões pelo que a designação de diplomacia económica pode muito bem ser alterada para diplomacia do melão. Todavia, sublinhe-se, Rocha de Matos referia-se à crise política. Acontece que em 2002 os portugueses foram induzidos pela propaganda dos partidos a eleger um determinado primeiro-ministro e não um conjunto de melões. Rocha de Matos esqueceu esse pormenor da talhada.»

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