Não se compreende num Governo com três Ministros de Estado (Álvaro Barreto, Paulo Portas e Morais Sarmento) que um deles não seja o dos Negócios Estrangeiros. Portugal não é uma Grécia em litígio com a Turquia para que o «ministro de Estado» seja o da Defesa e não o que executa a política externa e articula a actividade do mesmo Estado no exterior, nos múltiplos tabuleiros. Também muito mais se justifica que ministro de Estado seja o chefe da Diplomacia Portuguesa do que o caleidoscópio das Actividades Económicas e do Trabalho. Muito bem que Morais Sarmento, da Presidência, arraste os motivos de Estado, mas muito mal que António Monteiro não faça pressupor, a começar pelo título, as razões do mesmo Estado. A desgraduação política das Necessidades – em quinto lugar na hirarquia governamental a seguir ao Primeiro-Ministro - é um facto evidente e lamentável: tutela as questões europeias, tutela as Comunidades Portuguesas e tutela a cooperação (assunto que, nos últimos dois anos tem andado manca, inerte e descalcificada) mas o MNE neste Governo está postergado e só o prestígio do titular impede que o diagnóstico seja mais grave. Foi um erro de consideração e de acuidade.
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