A renúncia de José Pacheco Pereira ao posto de Representante Permanente de Portugal junto da UNESCO, é um acto cuja dignidade acresce pelos avisos de que se faz acompanhar. Por ora, duvidamos que, com António Monteiro possa acontecer com algum embaixador (possivelmente também com algum jornalista...) o que aconteceu nos tempos de Martins da Cruz e que algum momento muito próximo, a verdade da história dos dias que passam, imporá que se descreva sem restrições. Mas António Monteiro não é Primeiro-Ministro pelo que Pacheco Pereira faz questão em sublinhar que a sua decisão é «totalmente alheia» ao facto do Ministro dos Negócios Estrangeiros ser quem é. O que Pacheco Pereira não quer é ficar sob «qualquer dependência funcional deste Governo, em particular do primeiro-ministro». Ele antevê «dois anos tumultuosos» em que «vai ser muito importante a liberdade» e quer fazer «intervenção activa, escrevendo de forma crítica». Portugal precisa disto. A renúncia de Pacheco Pereira é um acto digno.
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