26 agosto 2004

Briefing da Uma. Pobre Camões, Que Política Externa, António Monteiro, Notas Verbais.

Briefing da Uma. «Em qualquer magistratura, é indispensável compensar a grandeza do poder pela brevidade da duração», voltaria Montesquieu a dizer a Teresa Gouveia, caso «O Espírito das Leis» tenha chegado ao computador portátil de Manuela Frank.

1 – Camões
2 – Política externa
3 – António Monteiro
4 – Notas Verbais


1 – (É verdade que Simoneta Luz Afonso procedeu criminalmente contra os signatários de uma exposição à anterior ministra Teresa Gouveia?) - «Até agora não há confirmação oficial dessa informação que começou a correr. O Instituto Camões é um organismo autónomo mas não pode ser uma organização autista. A confirmarem-se tais procedimentos e na medida em que a exposição a que se alude era factualmente correcta e democraticamente aceitável, a presidente do Camões corre o risco de perder a credibilidade que unanimemente se lhe reconheceu quando entrou. Tem todo o tempo para arrepiar caminho, caso isso se confirme. O Instituto Camões não é um instrumento de poder e de disciplina militar, mas apenas uma plataforma onde deveria existir serenidade, consensualização, inteligência dialogante e onde as normais arestas partidárias devem ser desbastadas. Se Camões já está cego de um olho, mulher ou homem que o militarize apenas acabará por provocar cegueira no único olho restante do logótipo…Vamos seguir o caso até porque o ministro tem uma palavra a dizer. Pelo nosso lado, apenas lamentamos que Simoneta não tenha agradecido os parabéns que lhe endereçámos no dia do seu aniversário. Não é coisa dela.»

2 – (Não é estranho que Portugal silencie as suas posições autónomas sobre tantas questões internacionais graves que neste momento entulham as chancelarias dignas deste nome?) - «E não é o silêncio a tradição da política externa portuguesa? Estamos em crer que ao MNE António Monteiro vontade não lhe faltará para quebrar essa tradição mas para isso há departamentos das Necessidades que têm que levar uma volta – estão parados nos anos 40 e com gente já nascida em 70. Aguardemos.»

3 – (O ministro António Monteiro parece estar a ser bem aceite pelo acutilante Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas. É verdade?) - «É verdade, pelo que consta nos comunicados divulgados pelos representantes dos trabalhadores externos. Os colaboradores de Martins da Cruz foram uma desgraça completa no diálogo com esse sindicato e Teresa Gouveia entrou nas Necessidades sem perceber os dossiers e sair sem fazer dossiers sobre o que tinha obrigação de compreender. O facto do embaixador Quartin Santos, Secretário-Geral do MNE, ver-se na obrigação de fazer uma circular contendo as disposições constantes no Código de Procedimento Administrativo para que os directores disto, subdirectores daquilo e chefes do resto tomem conhecimento da Lei do País e a cumpram, fala por si - que é um paradoxo pois 80 por cento da carreira tem olimpicamente o curso de Direito… “Santo Deus!”, diria Sampaio a bordo da Sagres, ou “Ai, Jesus!”, a bordo do Creoula.»

4 – (Notas Verbais estiveram em férias?) – «Estiveram, embora muitos tivessem pensado que era mais um caso de disponibilidade em serviço, de ficar a aguardar em casa colocação em posto ou uma excepção punitiva aplicada pelos serventuários do poder que por aí pululam e odeiam Jornalistas que se têm por probos e jamais venderam a alma a troco de ganhunças, pequenas que sejam. Todos os cemitérios estão cheios desse poder e de certeza há funerais a que jamais iremos. Isto passa.»

Sem comentários: