16 setembro 2004

Briefing da Uma. IPAD, Camões e Olivença

Briefing da Uma. Como tão bem acertou Jean Cocteau ao observar que o segredo tem sempre a forma de uma orelha!… Por isso, quando vemos uma diplomata ou mesmo um diplomata homologado a taparem as orelhas com o penteado, é de concluir: «estes apenas são capazes de guardar só dois segredos e não mais».

1 – IPAD
2 – Camões
3 – Olivença

1 – (Que significa o facto do novo presidente do IPAD não ser um diplomata? - «Como os senhores sabem, pelo Ministro António Monteiro e não tanto perante o Ministro António Monteiro, são esta tarde empossados José Jacinto Iglésias Soares no cargo de Presidente do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento e como Vogais, Diogo Eduardo Ribeiro dos Santos, Maria Inês de Carvalho Rosa, Maia Luís Souto de Figueiredo e Vera Maria Caldeira Ribeiro Vasconcelos Abreu Marques de Almeida, por sinal consorte do também recente Director do IDN, João Marques de Almeida. Uma das vogais, Maria Inês de carvalho Rosa é oriunda do próprio IPAD onde como técnica superior de 1.ª classe, desempenhava as funções de Directora de Serviços dos Assuntos Comunitários para a Cooperação. O facto do novo presidente do IPAD não ser um diplomata, pode significar alguma coisa como também pode não significar rigorosamente nada ou pouco. Os diplomatas que por lá têm passado acabram por ser sempre uns mal-amados nas Necessidades.)

(Dê um exemplo, se faz favor, não se limite a insinuações) - «Com todo o gosto! Cito o caso do Embaixador Neves Ferreira, agora colocado em Atenas. Foi sempre uma formiguinha de trabalho e um bom profissional, o que não foi reconhecido como devia ter acontecido. Poderia dar mais exemplos mas as Necessidades são férteis em destruir o que de melhor vão tendo.»

2 – (Como interpreta que Simonetta esteja a instalar gabinetes no palácio Seixas?) - «Sobre essa matéria há algumas confusões. O Instituto Camões dispõe de uma área bruta total de 2000 m2 no edifício da Rua Rodrigues Sampaio, n.º 113, um imponente imóvel adquirido à EPAC-Empresa para Agroalimentação e Cereais. Nesse edifífio foram instados instalados o espaço de atendimento geral, bem como de acolhimento de lusófilos, leitores, bolseiros, responsáveis pelos centros culturais no estrangeiro e outras entidades ligadas à acção cultural externa do Instituto, as três direcções de serviços, gabinetes de apoio, arquivo, biblioteca geral e um armazém. Mas a verdadeira sede do Instituto sempre se pensou fazer isntalar no chamado Palácio Seixas, contíguo pelas traseiras ao da EPAC, um palacete dos finais do século XIX, com fachada para a Avenida da Liberdade n.os 267 e 268, e Praça Marquês de Pombal, n.º 18 e que ocupa uma área bruta total de pavimentos com 1700 m2. Neste palacete, para além da instalação dos gabinetes da Presidência, tem vindo a estar prevista a criação de uma área do Instituto Camões aberta à promoção e divulgação de actividades relacionadas com o espaço cultural da Lusofonia, designadamente conferências, colóquios e encontros de escritores e artistas, exposições, consulta bibliográfica e investigação – o que vulgarmente passou a ser designado por Casa da Lusofonia. Portanto se Simonetta da Luz Afonso se instala no palacete, instala-se bem, tal como Jorge Couto designadamente pensou na ocasião da aquisição do imóvel. Portanto, o funcionamento ou não do Camões não é por falta de espaço – 2000 m2 + 1700 m2, ou seja 3700 m2, o que no contexto das Necessidades e respectiva secretaria de Estado é um olímpico estádio. Mas como sabem, em Portugal, decorar gabinetes parece ser uma incontornável e apete cível, para não dizer disputável Razão de Estado. Somos grandes decoradores e para aí vão sendo esgotados meios e recursos. Não conhecem aquela história do presidente de Câmara de província que convenceu os vereadores em que não seria recebido bem e com dignidade pelo ministro no Terreiro do paço se a autarquia não adquirisse um carro de gama superior ao do próprio ministro? E adquiriu sem que evitasse ter sido mais mal recebido do que nunca…»

3 – (Perdona el uso de portunhol mas es verdad que el gobierno de Extremadura ha classificado el Ponte de Ajuda como património extremenho? Se comprendes este portunhol, eso no es um desafio provocatório a Portugal?) - «Presumo que você seja espanhol e que não se tenha dado ao trabalho de frequentar um curso de língua portuguesa para estrangeiros, dos muitos que o Instituto Camões proporciona de manhã até á noite. Em todo o caso, nós que frequentámos o Cervantes, vamos responder-lhe em castelhano: el Diario Oficial de Extremadura (DOE) publicó una resolución de la Consejería de Cultura por la que se incoa expediente de declaración de Bien de Interés Cultural, con la categoría de monumento, para el Puente Ajuda de la localidad de Olivenza. El informe elaborado por los técnicos de la Junta de Extremadura señala que el puente reúne los valores históricos y artísticos que le hacen merecedor de la declaración de Bien de Interés Cultural. E, agora em portugués, acrecentamos que em função da mais alta condecoração do Estado Português que Sampaio concedeu ao presidente do governo da Extremadura, só é de admirar que essa pronvíncia espanhola não classifique como seus os monumentos de Elvas, Évora e até de Portalegre. Mas que é uma provocação, isso é, depois da recomendação do Parlamento português ao governo sobre a questão de Olivença. Não é assim que se dialoga ou que entre Estados se pode dialogar. E acabe lá com essa do portunhol que mais não é do que uma ilegaçl alteração das regras de origem!»

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