29 setembro 2004

NF Info. Portugal perdeu na União Postal Universal

O candidato português à liderança da União Postal Universal, Carlos Silva (inspector-geral dos CTT), com 63 votos, acaba de perder a eleição a favor do francês Edouard Dayaan (director dos Assuntos Europeus e Internacionais dos Correios de França) que obteve 102 votos no 23.º Congresso da organização mundial, a decorrer em Bucareste. O chinês Huang Guozhong foi eleito por aclamação para n.º Dois da UPU. Foi uma pequena derrota para a diplomacia portuguesa, mas foi derrota. Mais uma vez, as chamadas «sinergias» da Lusofonia em África e na América Latina falharam, somando-se isto à lassidão nos países do Centro e Leste europeu.

Carlos Silva fora eleito em 1999, em Pequim, para a presidência do Conselho de Exploração Postal da UPU, dessa vez com uma votação esmagadora (26 votos contra 9 para o candidato finlandês e 5 para um alemão), funções que abandona por termo de mandato.

Curioso é que o Quai d'Orsay empolga hoje o facto de na UPU «la seule langue officielle est le français», como se tal unicidade dignificasse o desiderato da diversidade linguística, ainda há uma semana reiterado em Nova Iorque pela Organização Internacional da Francofonia perante Kofi Annan e pelo próprio Kofi Annan. O Quai d’Orsay nem sequer refere o nome do candidato português vencido.

Enquadramento

A UPU é a mais antiga das institucionais internacionais. Neste momento conta com a plena participação de 189 Estados e o organização controla um inquestionável sector-chave do mundo: os serviços postais.

Fundada em 9 de Outubro de 1874, com o Tratado de Berna, a organização nasceu com o nome de União Geral dos Correios mas assumindo a actual designação logo em 1878. A UPU, em 1948, passou a ser assumida como instituição especializada da ONU, mantendo a sede em Berna. Portugal aderiu à organização no longínquo ano de 1875, figurando nos 22 Estados iniciais.

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