11 novembro 2004

Arafat. A escola da diplomacia papal

Sim, Notas Verbais desconhecem se o gabinete de Santana Lopes telefonou para cada uma das embaixadas portuguesas sediadas nas capitais europeias, tentando apurar o que os parceiros da UE e adjacentes já fizeram ou vão fazer na sequência da morte de Arafat. Das bandas do Vaticano, a resposta do embaixador Rocha Páris não deverá diferir muito do que se segue:


«Aqui, no Vaticano, o Estado da Santa Sé implorou oficialmente a Deus, cito, ‘que acolha na sua misericórdia a alma do ilustre defunto e que conceda a paz à Terra Santa dando dois Estados soberanos e independentes a dois povos plenamente reconciliados’. Rogo que fixe a fórmula da diplomacia papal, a qual poderá vir a ser muito útil para futuras posições portuguesas. Todavia, permita-me VEXA admitir que, em caso de Deus responder favoravelmente ao Vaticano, será então e definitivamente desnecessário mais qualquer esforço diplomático por parte da União Europeia e obviamente por parte de Portugal. Mas ainda na sequência do imperativo telefonema que recebemos nesta chancelaria, considero útil sublinhar que o Papa João Paulo II e Yasser Arafat se encontraram 12 vezes nos últimos 26 anos e que 11 desses encontros se realizaram no Vaticano. Em 1994 a Santa Sé anunciou a troca de representantes com a OLP, mas o acordo apenas foi assinado a 15 de Fevereiro de 2000 por João Paulo II e Yasser Arafat que, na ocasião, convidou o Papa para visitar Belém, o que este fez num momento em que os portugueses em peso tanto oraram como até Deus nem compreendeu.»

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